De “crise” a “oportunidade”. CDS quer aproveitar visibilidade para se reafirmar

Hugo Delgado / Lusa

Após um Conselho Nacional que expôs publicamente as fraturas do partido, o CDS quer aproveitar a “visibilidade” para transformar a “crise” numa “oportunidade” de se reafirmar.

O desafio interno de Adolfo Mesquita Nunes catapultou o CDS para a visibilidade pública, com um ida ao programa de Ricardo Araújo Pereira, na SIC, uma entrevista com Miguel Sousa Tavares, na TVI, e uma visita ao “5 para a meia-noite”, programa da RTP.

De acordo com o semanário Expresso, as cúpulas do CDS estão convencidas de que o maior problema do ano que passou foi a “falta de visibilidade” do partido, por isso a direção está disposta a “aproveitar para transformar esta crise” numa oportunidade, segundo uma fonte próxima a Francisco Rodrigues dos Santos, líder do partido.

Os planos do CDS passam agora também por lançar caras novas e substituir todos os dirigentes que se demitiram desde que Filipe Lobo d’Ávila, vice-presidente, saiu da direção.

Segundo Francisco Rodrigues dos Santos, ouvido pelo semanário, as substituições serão feitas tendo em conta a “representação territorial” e indo buscar pessoas que “não têm militância ativa”, com particular foco na “preparação das autárquicas”.

O sufrágio, previsto para setembro ou outubro, é o próximo desafio do partido, cuja preparação parece estar “um caos”, segundo críticos internos e várias estruturas do partido.

Esta quarta-feira, recorde-se Cristas indicou que não quer ser candidata a Lisboa por não estarem “reunidas as condições de confiança”. “Apesar do apoio das estruturas locais do partido, não estão reunidas as condições de confiança necessárias para ponderar uma candidatura”.

“Três razões essenciais pesaram na minha reflexão: a discordância da estratégia do CDS na negociação de uma coligação alargada com o Partido Social Democrata; o discurso contraditório da direção do CDS, que me considera simultaneamente responsável pela degradação do partido no último ano e uma boa candidata a Lisboa, somado ao parco interesse em falar comigo, num tempo e numa forma que fica aquém do que a cortesia institucional estima como apropriado; e os desafios profissionais que tenho pela frente”, sublinhou.

Maria Campos, ZAP //

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