O Irão voltou a pedir à Interpol que emita um “aviso vermelho” para a detenção do Presidente cessante dos Estados Unidos Donald Trump e de 47 outras autoridades americanas. Em causa está o assassinato de Qassem Soleimani, um poderoso general iraniano.
De acordo com a NPR, o porta-voz judicial iraniano, Gholamhossein Esmaili, considerou que Donald Trump é “o principal culpado” pelo assassinato de Soleimani, segundo a agência de notícias semi-oficial Mehr.
“O pedido de emissão de Aviso Vermelho para 48 pessoas envolvidas no assassinato do mártir Soleimani, incluindo o presidente dos Estados Unidos, bem como comandantes e oficiais do Pentágono e forças na região, foi entregue à Interpol“, disse Esmaili.
O iraniano acrescentou que o assassinato foi um “crime terrorista” e que o pedido de aviso vermelho também inclui comandantes e oficiais militares dos Estados Unidos na região e no Pentágono.
Donald Trump, o secretário de Estado Mike Pompeo e o ex-secretário de Defesa Mark Esper disseram que os Estados Unidos visaram a Soleimani – um arquiteto-chave da estratégia do Irão em conflitos envolvendo os EUA – para evitar uma ameaça iminente.
Trump disse que Soleimani estava a “tramar ataques iminentes e sinistros” contra os interesses norte-americanos.
Um investigador das Nações Unidas disse no verão passado que o ataque americano contra Soleimani em Bagdade “era ilegal e arbitrário segundo a lei internacional”, além de ser uma violação da soberania do Iraque.
Um aviso vermelho da Interpol é um pedido às agências de segurança em todo o mundo para ajudar a encontrar e deter fugitivos que são procurados para a acusação de um crime ou para cumprir uma pena de prisão.
O Secretariado Geral da Interpol disse à NPR que, de acordo com a constituição do corpo policial internacional, “é estritamente proibido para a Organização empreender qualquer intervenção ou atividades de caráter político, militar, religioso ou racial“.
Esta é a segunda vez que o Irão faz este pedido à Interpol. O primeiro pedido foi feito em junho passado. O Irão disse que não vai parar de perseguir Trump, mesmo depois de deixar o Governo dos Estados Unidos no final deste mês.
“Trump terá que retribuir, qualquer que seja a sua posição”, disse o chefe judicial do Irão, Ebrahim Raisi. “Quer chefie o Governo dos Estados Unidos ou não, Trump deve enfrentar retribuição pela atrocidade que perpetrou”.
Os Estados Unidos realizaram um ataque aéreo em Bagdade, em 3 de janeiro de 2020, que matou o Qassem Soleimani, o poderoso general que dirigia a Guarda Revolucionária do Irão e as suas atividades no Iraque, aumentando as tensões entre os dois países, levando as forças iranianas a retaliar com um ataque de míssil balístico contra as tropas norte-americanas na região.