A Bloomberg News anunciou que Haze Fan, uma jornalista que trabalha com o correspondente em Pequim, foi detida pelas autoridades chinesas por suspeita de colocar em risco a segurança nacional.
Haze Fan, uma cidadã chinesa, foi levada do seu apartamento em Pequim por oficiais de segurança à paisana por volta das 11h30 de segunda-feira, refere a Bloomberg News.
“Estamos muito preocupados com Fan, e temos falado ativamente com as autoridades chinesas para entender melhor a situação. Continuamos a fazer tudo o que podemos para apoiá-la enquanto tentamos encontrar mais informações ”, disse um porta-voz da Bloomberg num artigo do site.
Para já ainda não conhecidos detalhes da investigação, mas esta situação ocorre meses depois de haver uma grande deterioração das condições dos media na China, uma vez que vários jornalistas americanos e australianos foram expulsos do país. Neste sentido, também os cidadãos chineses que trabalham com meios de comunicação ocidentais foram avisados pelas autoridades para terem cuidado.
A China não permite que os seus cidadãos trabalhem como jornalistas para organizações de comunicação fora da China, apenas o podem fazer como assistentes de notícias.
Vários assistentes de notícias chineses, que trabalham com os principais meios de comunicação ocidentais, viram as suas credenciais de trabalho ser revogadas este ano, sendo que grande parte destes condicionamentos iniciaram-se depois dos jornalistas se envolverem em investigações sobre o surto do novo coronavírus em Wuhan.
Foi o que aconteceu a Zhang Zhan, depois de publicar uma reportagem nas redes sociais e em contas de streaming sobre os acontecimentos na cidade chinesa, tida como principal foco da covid-19. A jornalista foi acusada de “criar discussões e causar problemas”.
O documento de acusação indicava que a jornalista “aceitou conceder entrevistas aos media estrangeiros e especulou maliciosamente sobre a pandemia de covid-19 em Wuhan”.
Também um cidadão australiano, Cheng Lei, que trabalhava para uma emissora estatal chinesa, foi detido em agosto com o mesmo argumento que foi dado para a prisão de Fan: suspeita de colocar a segurança nacional em risco. Várias semanas depois, dois outros jornalistas australianos fugiram da China, depois das autoridades chinesas afirmarem que estes estavam no país com o propósito de investigar o caso de Cheng.
A detenção de Fan é a mais recente, depois de um ano de grande tensão para os meios de comunicação ocidentais na China.
No início deste ano, Pequim também expulsou jornalistas americanos do The Washington Post, New York Times e Wall Street Journal, em retaliação às novas restrições do governo de Donald Trump aos media chineses.
Fan trabalha para a Bloomberg News em Pequim desde 2017, mas já trabalhou anteriormente na CNBC, Al Jazeera, CBS News e Thomson Reuters, de acordo com o seu perfil no LinkedIn.
Tom Mackenzie, jornalista da TV Bloomberg News de Pequim, classificou a prisão de Fan como “profundamente perturbadora”, através de um post no Twitter.
“Trabalhei ao lado de Haze durante quase dois anos, quando era a nossa produtora de TV na China. Não é exagero dizer que é uma das melhores, mais motivadas e comprometidas jornalistas que já passou por aqui”, escreveu Mackenzie.
Mais uma atitude do Regime Facista/Comunista da China.