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Marcelo evoca 25 de Novembro como “data ponte” para institucionalização da democracia. CDS propõe que seja feriado nacional

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Paulo Novais / Lusa

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, considerou esta quarta-feira que o 25 de Novembro de 1975 permitiu que a democracia fosse uma realidade no país e defendeu que esse dia deve ser decretado feriado nacional.

O CDS assinalou esta data em Lisboa, numa cerimónia na qual foi também apresentado o livro “O Estado de Portugal”, da Juventude Popular.

Apontando que “as verdades são para se dizer”, Rodrigues dos Santos afirmou que “o 25 de Novembro foi o movimento que conteve a ala radical do Movimento das Forças Armadas, que era apoiada e suportada pelas forças de extrema-esquerda, e que pôde determinar a natureza pluralista e democrática do nosso regime político”.

O centrista indicou igualmente que o 25 de Novembro fez-se para “cumprir uma irrenunciável promessa do 25 de Abril, que era a democracia e a liberdade”, e apontou que a revolução dos cravos “foi mãe das liberdades, e o 25 de Novembro foi o seu primeiro filho”.

“O nosso regime político constitucional, que vivemos hoje, foi o que herdámos do 25 de novembro, porque se tivesse dependido de outros, que se achavam donos da revolução, nós teríamos tido uma ditadura de sinal contrário”, salientou, apontando que “o povo português acabou com uma ditadura” e “impediu outra ditadura que lhe sucedesse”, o que “para algumas franjas era aceitável”.

O presidente frisou que o CDS celebra “sem complexos esta data”, e defendeu que “até já era a hora de ser feriado em Portugal”.

A data que “pertence a todos”, diz Marcelo

Também o Presidente da República evocou esta quarta-feira os 45 anos do 25 de Novembro, considerando que constituiu uma “data ponte” determinante para a institucionalização da democracia, com Eanes como “protagonista essencial”.

Marcelo Rebelo de Sousa, que neste dia há um ano almoçou com o general Ramalho Eanes no Palácio de Belém, assinalou esta quarta-feira a data através de uma nota divulgada no portal da Presidência da República na Internet.

Nesta mensagem, o chefe de Estado “evoca os 45 anos do 25 de novembro de 1975”, considerando que constituiu uma “data ponte” e que foi “determinante, entre o 25 de Abril de 1974 e a institucionalização da democracia portuguesa, pela Constituição da República de abril de 1976”.

“E que teve como protagonista essencial o general António Ramalho Eanes, que viria a ser o primeiro Presidente da República eleito em plena democracia”, acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa, antigo deputado constituinte pelo PSD.

Há um ano, o Presidente da República defendeu que esta é “uma data nacional”, que “pertence a todos”, e deve ser evocada em “espírito de unidade”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, Ramalho Eanes “representa, melhor de que ninguém, a unidade do 25 de Novembro, porque foi uma figura central do 25 de Novembro”, do qual saiu vencedora a ala considerada moderada do Movimento das Forças Armadas, “e porque foi o primeiro Presidente eleito democraticamente em Portugal”, nas presidenciais de 27 de junho de 1976.

Questionado na altura se no seu entender deveria haver uma cerimónia oficial para celebrar anualmente o 25 de Novembro de 1975, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que essa decisão compete “a outras instituições, que podem legislar sobre isso ou tomar decisões sobre essa matéria”.

Os acontecimentos do 25 de Novembro de 1975, em que forças militares antagónicas se defrontaram no terreno, e sobre os quais não há uma versão consensual, marcaram o fim do chamado Processo Revolucionário Em Curso (PREC).

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Se querem mais um feriado nacional, vão antes à criação da Nação por D. Afonso Henriques! A maior parte dos países do mundo tem um feriado alusivo à sua criação/independência, nós não.
    o que temos com fartura são feriados religiosos com pouco sentido.

  2. Na realidade, o herói maior do 25 (e 26) de Novembro não foi bem o Eanes, foi o Jaime Neves, que marchou com os seus comandos sobre o quartel da Polícia Militar e da Cavalaria 7 para esmagar o golpe de estado comunista.

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