Luís Marques Mendes afirmou este domingo, no seu habitual de espaço de comentário na SIC, que o PCP vai viabilizar o Orçamento de Estado para 2021 através da abstenção e afastou a ideia de uma eventual crise política.
Segundo o Conselheiro de Estado, o PCP “prepara-se para o viabilizar através da sua abstenção” depois de ter sido noticiado que estaria fora das negociações com o Governo sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2021.
“A maior parte das questões essenciais já estão acertadas (…) O partido pode não o anunciar já, mas é isso que está combinado”, afiançou o antigo líder do PSD, assumindo que o próprio não estava à espera desta “reviravolta surpreendente”.
A “excelente relação entre António Costa e Jerónimo de Sousa” e o facto do PCP estar “agradecido” ao Governo pela ajuda em vários temas nos últimos tempos, como por exemplo na realização da Festa do Avante, terão contribuído para a decisão do PCP.
Sobre os rumores de que as negociações entre antigos parceiros e Governo podiam abrir uma crise política em tempos de pandemia, Luís Marques Mendes é perentório: “Andam todos a fazer bluff”, disse, frisando que quase ninguém beneficiaria com esta situação.
“Ninguém quer abrir uma crise”, disse, considerando que todos sairiam a perder, à exceção do Chega. “O PCP e o BE seriam os mais penalizados se houvesse eleições antecipadas. Seriam vistos como os parceiros da geringonça que falharam à chamada”.
E continuou: “PSD e o CDS uma crise seria um susto. Era o adeus à liderança por parte de Rio e de Francisco Rodrigues dos Santos. Basta ver a sondagem do Expresso”.
Por último, o PS “sairia derrotado” porque voltaria a não ter a maioria absoluta, mesmo vencendo as eleições, ficando na mesma sem condições para governar.
O OE2021 tem de dar entrada no Parlamento a 12 de outubro. O Governo de António Costa já se mostrou disponível para aumentar o salário mínimo nacional e subir as pensões, parecendo ceder a algumas reivindicações dos antigos parceiros.
Ó senhor Dr. Marques Mendes, a diferença entre aquilo que disse ontem na SIC e aquilo que eu e muitas outras pessoas já disseram é o facto de a sua opinião ser paga a peso de ouro enquanto que a minha é de borla! Minto, ainda tenho que pagar a net e a electricidade!