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Santos Silva assume “contactos” para reforço dos EUA da base das Lajes (e desdramatiza eventual crise política)

Manuel de Almeida / Lusa

Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, disse, em entrevista ao Público e à Renascença, que há “contactos” com os Estados Unidos para reforço norte-americano da base das Lajes e desdramatizou a aprovação do Orçamento de Estado para 2021.

Em entrevista ao jornal Público e à Renascença, Auusto Santos Silva voltou a falar do diferendo diplomático sobre a opção estratégica portuguesa entre Estados Unidos e China, criado pelo embaixador norte-americano em entrevista ao semanário Expresso. “Não houve necessidade de redenção. As circunstâncias estão ultrapassadas. Trabalhamos bem [com os EUA] e continuaremos a trabalhar bem”, garantiu o ministro.

Numa entrevista à TVI24, na terça-feira, o governante já tinha dito que eram “circunstâncias completamente ultrapassadas”.

Na entrevista ao Público e Renascença, Santos Silva assumiu que há “contactos” no dossiê das Lajes para um reforço da presença dos Estados Unidos, embora, por razões diplomáticas, não possa falar enquanto o processo não estiver concluído.

Relativamente às atuais negociações à esquerda para o Orçamento de Estado para 2021 (OE2021), Santos Silva desdramatizou a situação: “A nossa interação com os parceiros parlamentares é todos os dias” e, por isso, nada está perdido junto de Bloco de Esquerda e PCP.

“As vossas perguntas estão a obrigar-me a dramatizar numa área em que a dramatização não faz sentido“, disse Santos Silva.

“Vamos enfrentar esta crise sem recorrer a nenhum dos instrumentos de austeridade propriamente dita, ou seja, continuando a aumentar o salário mínimo, criando uma nova prestação social, investindo fortemente no SNS, aumentando o investimento público, mobilizando um conjunto de fundos que o país nunca teve. Portanto, nós vamos avançar”, assegurou o ministro, acrescentando: “Não peço ao PSD que deixe a oposição”.

Tal como na entrevista à TVI24, o governante afastou-se de um possível apoio do PS a Ana Gomes, candidata a Belém, ao falar sobre os extremismos à esquerda.

“Há extremismos na vida política. Já temos bem presente no debate político um extremismo que põe como objectivo mudar o regime e num sentido não democrático e trazer para Portugal discussões moralmente repugnantes. Esse extremismo deve ser combatido com a força da moderação. Espero que surja uma candidatura suficientemente abrangente para que a grande maioria do eleitorado se reveja”, disse.

Santos Silva garantiu ainda que “o país lucrou imenso” com o “equilíbrio” entre uma maioria de esquerda no Parlamento e “um Presidente que vinha da direita”. Para o ministro, o PS deve ter isso em conta quando decidir qual a “voz avisada e serena” que deve ocupar a cadeira em Belém.

ZAP //

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