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Os elefantes “comem-se às fatias”. Von der Leyen confiante na ratificação da bazuca até ao final do ano

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António Cotrim / EPA

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

Esta terça-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, mostrou-se convicta de que o Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros fica em condições de avançar até ao final do ano. 

Na reunião do Conselho de Estado desta terça-feira, Ursula Von der Leyen mostrou-se confiante de que o acordo dos 750 mil milhões do Fundo de Recuperação, aprovado em Bruxelas em finais de julho, ficará ratificado até ao final do ano.

Segundo o Expresso, alguns conselheiros alertaram para as dificuldades que se avizinham e que ameaçam não não ratificar o acordo nos respetivos Parlamentos, mas a presidente da Comissão Europeu pareceu desvalorizar os avisos.

Ela não pareceu nada angustiada com isso“, disse um conselheiro ao semanário, adiantando que Von der Leyen “chegou a dizer que na Comissão Europeia são muito criativos, fazendo tudo dentro das regras”.

A Hungria e a Polónia já ameaçaram não aprovar o acordo e Luís Marques Mendes trouxe à tona esta questão, suscitando a questão da difícil ratificação do acordo por mais de 20 Parlamentos. Von der Leyen contornou a pergunta do conselheiro, não dando resposta concreta.

Na sua intervenção final, disse estar convicta de que as condições para que o acordo de julho possa avançar estarão desbloqueadas “até ao fim do ano”. Se tal acontecer, permitirá à Comissão Europeia ir aos mercados buscar a parte do dinheiro acordado para a avultada verba do Fundo de Recuperação.

O comunista Domingos Abrantes estranhou o facto de Von der Leyen não ter dito nada sobre a proliferação dos “fascismos” na Europa, das ameaças à paz ou da crescente e brutal desigualdade nas distribuição de rendimentos. Cavaco Silva fez perguntas sobre os atrasos e o que falta fazer para que se possa avançar na união bancária, enquanto que Francisco Louçã a questionou com perguntas sobre os condicionalismos que a unificação do mercado de trabalho na Europa coloca aos Estados.

O Expresso escreve que, segundo relatos de quem esteve presente no Conselho de Estado, a responsável mostrou-se adepta da teoria segundo a qual à pergunta “como é que se comem elefantes?” a melhor resposta é “às fatias”, explicando que quando está cercada por problemas tenta resolvê-los “um por um”.

Neste momento, não há dúvidas de que a prioridade é desbloquear as verbas para ajudar os Estados afetados pela pandemia de covid-19.

O Palácio de Belém emitiu um comunicado, no final do encontro, a resumir o espírito da reunião, no qual salienta “a mais-valia da União Europeia num contexto mundial e europeu tão complexo, difícil e exigente”.

Destaca ainda “a responsabilidade e a oportunidade de serem utilizados todos os instrumentos e os recursos indispensáveis para uma recuperação sustentável e transformadora, num espaço de Democracia e Direitos Humanos, reforçando a confiança dos cidadãos europeus nas instituições comunitárias através de uma participação ativa em prol da União Europeia”.

ZAP //

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2 Comments

  1. Tragam o elefante que eu vou fazer um elefante no espeto. Está tudo convidado. Mas tragam luvas para não se aleijarem com a pele do bicho.

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