O perigo que as batatas fritas escondem

Harvard descobre que batatas fritas aumentam muito o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Mas há boas notícias para os amantes de batata.

Um quinto de milhão de pessoas foram analisadas num megaestudo que concluiu que, quando fritas, as batatas aumentam significativamente o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

A investigação, conduzida por investigadores da Universidade de Harvard, acompanhou pessoas durante até 36 anos no âmbito dos estudos. Registou 22.299 casos de diabetes tipo 2.

Os dados, segundo o New Atlas, mostram que pessoas que consumiam batatas fritas cinco ou mais vezes por semana tinham um risco 27% superior de desenvolver a doença em comparação com quem raramente as comia. Cada aumento de três doses semanais estava ligado a um acréscimo de 20% no risco. Mas este risco estabilizava no patamar máximo de 27%.

No entanto, há boas notícias: o consumo de batatas assadas, cozidas ou em puré não revelou aumento do risco de doença, depois de ajustados outros fatores alimentares e de estilo de vida.

O estudo publicado na revista BMJ foi o primeiro a quantificar os benefícios de substituir batatas fritas por outras fontes de hidratos de carbono. A troca por cereais integrais, por exemplo, poderia reduzir o risco de diabetes tipo 2 em até 19%.

Os autores reforçam que as batatas, por si só, não são prejudiciais: contêm fibras na casca, importantes para o controlo da glicemia, e são fonte de potássio, que ajuda a regular a pressão arterial. O problema está na fritura, que adiciona gorduras trans, sal em excesso e compostos como a acrilamida, formados a altas temperaturas.

Walter Willett, professor de epidemiologia e nutrição em Harvard, sublinha que as orientações alimentares devem ir além das categorias gerais de alimentos.

“A necessidade de ir além das categorias amplas de alimentos e prestar mais atenção à forma como os alimentos são preparados e ao que substituem. Nem todos os hidratos de carbono – ou mesmo todas as batatas – são iguais, e esta distinção é crucial quando se trata de formular diretrizes alimentares eficazes”, explica.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.