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A cultura da Tailândia ajudou-a a tornar-se um dos países que melhor combateram a covid-19

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Esta semana, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou esta semana que os países que seguiram as recomendações de saúde do organismo conseguiram conter efetivamente a disseminação da pandemia de covid-19.

Entre esses países, Tedros Adhanom Ghebreyesus mencionou a Tailândia que, segundo dados da Universidade Johns Hopkins, registou 3.310 casos positivos e 58 mortes desde o início da pandemia, apesar de ter uma população de quase 70 milhões de pessoas e ser um destino turístico altamente popular. Nos últimos dois meses, só foram detetados alguns casos importados de covid-19.

Os possíveis fatores que contribuíram para que o povo tailandês conseguisse lutar contra a disseminação da doença incluem o seu modo de vida, uma vez que passam grande parte do tempo ao ar livre, bem como a sua cultura de comunicação. Por exemplo, para cumprimentar outra pessoa, os habitantes do país asiático não cumprimentam nem abraçam. Tradições semelhantes são praticadas noutros países da bacia do Mekong.

Especialistas apontam que o país tem um número baixo de doenças crónicas entre a população e as características do seu sistema imunológico também aparentemente ajudaram a resistir com sucesso ao coronavírus.

Da mesma forma, estados vizinhos da região, como Birmânia, Cambodja e Laos, também apresentam taxas de infeção relativamente baixas. Além disso, no Cambodja e no Laos não houve mortes associadas ao coronavírus.

De acordo com o jornal norte-americano The New York Times, um especialista da Universidade Chulalongkorn, em Banguecoque, estudou um surto de coronavírus numa das regiões da Tailândia e descobriu que mais de 90% dos infetados não apresentavam sintomas da doença. O especialista sugere que o sistema imunológico da população local possa estar melhor preparado para combater o coronavírus.

As medidas restritivas impostas pelas autoridades tailandesas também foram bastante eficazes. Quase imediatamente após ser registado o primeiro caso de infeção, foi introduzido o uso de máscaras. A quarentena foi decretada em 24 de março e os cidadãos adotaram uma abordagem muito responsável em relação às medidas de segurança impostas pelo Governo local.

Em junho, a vida normal começou a regressar à Tailândia. O levantamento da quarentena em quatro etapas durou 33 dias. No início de julho, o país pôde comemorar o Ano Novo tailandês, cancelado em abril devido à crise da saúde.

A nível económico, a Tailândia, que é altamente dependente de exportações e turismo, está numa situação bastante difícil. Em março, o Governo local decidiu conceder um subsídio mensal por três meses aos cidadãos cuja renda tinha diminuído significativamente devido à pandemia. O auxílio foi solicitado por 29 milhões de pessoas.

O FMI prevê que a economia tailandesa contrairá pelo menos 6,5% do PIB este ano, enquanto o Banco Central do país prevê que o PIB sofrerá uma queda recorde de 8,1%. O Banco Mundial estima que, em 2020, mais de 8 milhões de cidadãos possam perder o emprego e mais da metade dos hotéis do país deverá fechar.

A moeda nacional, o baht, caiu 2,6% em relação ao dólar durante as três semanas de julho e tornou-se uma das moedas asiáticas mais baratas.

Por esses motivos, de acordo com a Bloomberg, as autoridades do país aprovaram um pacote de estímulo de cerca de 60 mil milhões de dólares, com o objetivo de mitigar as consequências econômicas negativas da pandemia.

ZAP //

1 Comment

  1. “Quase imediatamente após ser registado o primeiro caso de infeção, foi introduzido o uso de máscaras”.
    Não seguiram as indicações mas sim contrariaram as indicações da OMS.
    Nessa altura a OMS dizia que as mascaras apenas deveriam ser usadas pelos profissionais de saúde.

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