O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, disse esta quinta-feira prever que haja uma vacina para a covid-19 disponível “dentro de um ano” ou menos, notando que já existe um ensaio em “fase avançada”.
“De acordo com as estimativas de que dispomos, haverá uma vacina disponível dentro de um ano”, afirmou Tedros Ghebreyesus, falando por videoconferência num debate na comissão de Saúde Pública do Parlamento Europeu sobre a resposta mundial ao novo coronavírus. Segundo o responsável, “se o processo for acelerado, poderá ser menos do que isso, mas em apenas alguns meses”.
“É difícil prever quando possamos ter uma vacina [porque] nunca houve nenhuma vacina para o coronavírus, e, quando descoberta, será a primeira”, ressalvou Tedros Ghebreyesus. Ainda assim, o diretor-geral da OMS destacou que “muitos cientistas estão a trabalhar nisto e já existem mais de 100 vacinas candidatas, [das quais] uma em particular que já está numa fase avançada”.
Questionado sobre o acesso a esta vacina, Tedros Ghebreyesus referiu que “o ideal” era que este tratamento estivesse, assim que possível, disponível para todos, mas notou que o mais provável é que seja dada prioridade “às pessoas mais suscetíveis a nível mundial”.
“Tem de ser um bem público e mundial, de acesso equitativo, e terá de haver consenso em todo o mundo”, pelo que é preciso “compromisso político”, frisou o responsável.
Já questionado sobre a utilização da cloroquina como um possível tratamento da covid-19, Tedros Ghebreyesus vincou que “não são notícias falsas” as que dão conta de possíveis impactos no risco de morte na utilização deste tratamento, que foram entretanto suspensos.
Depois destas “medidas preventivas”, de interrupção da utilização da cloroquina, os ensaios foram retomados, tendo sido verificado que “a cloroquina não é boa o suficiente para tratar” doentes com o novo coronavírus, explicou o diretor-geral da OMS. E, por essa razão, “estamos a terminar estes tratamentos”, anunciou Tedros Ghebreyesus, perante os eurodeputados.
Recentemente, a revista médica britânica The Lancet divulgou um estudo que concluiu que os antimaláricos cloroquina e hidroxicloroquina, que se revelaram promissores para o novo coronavírus em testes laboratoriais, podem aumentar o risco de morte de doentes com covid-19, mas estas conclusões foram questionadas pela comunidade científica e posteriormente pela própria Lancet.
Reino Unido faz segundo teste em humanos
De acordo com o jornal britânico The Independent, o Reino Unido deu início ao segundo teste em humanos de uma possível vacina contra a covid-19, desenvolvida por investigadores da Imperial College London.
O primeiro voluntário, que recebeu a primeira toma a 19 de junho, encontra-se bem de saúde, sem nenhum problema a reportar. Uma segunda dose da vacina deverá ser administrada dentro de quatro semanas. Nos próximos dias, espera-se que mais 15 voluntários recebam também uma primeira dose, durante esta fase inicial do ensaio em seres humanos.
Se esta vacina experimental for segura e apresentar uma resposta eficaz na imunidade das pessoas testadas, um outro ensaio a mais seis mil pessoas irá para a frente em outubro.
Um primeiro teste de uma potencial vacina contra o novo coronavírus foi levado a cabo em abril pela Universidade de Oxford, tendo contado com mais de mil participantes. A farmacêutica AstraZeneca começou a produzir a vacina desenvolvida por Oxford, com o objetivo de construir um stock avultado na expectativa de esta ser aprovada para uso no outono.
A pandemia de covid-19 já provocou quase 482 mil mortos e infetou mais de 9,45 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço mais recente.
ZAP // Lusa
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