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Eventual candidatura de Mesquita Nunes divide família centrista. Direção não está convencida

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A eventual candidatura de Adolfo Mesquita Nunes foi um dos temas da última reunião da Comissão Política Nacional (CPN) do CDS-PP e parece não ter convencido a direção do partido.

Adolfo Mesquita Nunes foi sondado e recebeu mensagens de incentivo para uma eventual candidatura a Belém, mas as condicionantes são muitas. Certo é que, segundo o Expresso, o antigo secretário de Estado colhe apoios do PSD à Iniciativa Liberal e ganha força junto de alguns setores do próprio CDS-PP. Mas não todos.

Este sábado, na reunião da Comissão Política Nacional (CPN) do partido, a direção desvalorizou a eventual candidatura de Mesquita Nunes e houve até quem preferisse nomear outras figuras do CDS que estariam em melhores condições para enfrentar este desafio. José Ribeiro e Castro, Bagão Félix e Manuel Monteiro foram alguns dos nomes em cima da mesa.

De acordo com o semanário, alguns elementos da direção lembraram que Mesquita Nunes deixou a vice-presidência do partido para ser administrador não-executivo da Galp numa altura difícil para o partido e outros argumentaram que não tinha o perfil indicado para ser candidato à Presidência da República.

Francisco Rodrigues dos Santos não tem dado importância ao tema, que diz ser lesivo para os interesses do CDS e para a estratégia política do partido. Prefere, por isso, centrar atenções nas eleições regionais dos Açores e na resposta económica e social à crise provocada pela pandemia de covid-19.

Ainda assim, Mesquita Nunes é uma batata quente no núcleo duro do partido: se decidir avançar, o CDS tem de decidir se apoia ou não o candidato das suas fileiras. Há centristas dispostos a dizer publicamente que apoiam Adolfo Mesquita Nunes assim que assuma disponibilidade para avançar – uma decisão que pode mesmo criar divisões na família democrata-cristã.

Francisco Rodrigues dos Santos não esconde o desencanto com Marcelo Rebelo de Sousa, mas o Expresso sabe que há quem, na direção do partido, esteja muito tentado em apoiar a sua recandidatura. Ainda que os avisos ao atual Presidente sejam sérios, ninguém fecha, para já, a porta a Marcelo.

O CDS pode vir a estar com um dilema em mãos: ou apoia a candidatura vencedora, ou apoia um candidato alternativo – mas esta segunda hipótese teria de oferecer garantias de que não ficaria atrás de André Ventura.

ZAP //

1 Comment

  1. Esta ideia de candidatura de um militante do CDS é uma ideia piedosa, para não dizer que é uma piada.
    Se é para empurrar alguém que está a estorvar a atual liderança, não havia necessidade porque o homem já está fora. Se é para ocupar território e não perder mais espaço para o Chega, a escolha é fraca e as eleições presidenciais não são relevantes para esse combate.
    O Mal do CDS é que nasceu mal e, com esse mal de nascença, nunca conseguiu desenvolver-se apesar de ter contado com dirigentes e líderes de grande mérito e capacidade.
    Estas eleições são unipessoais e vincadamente cívicas. Os partidos não deviam andar a lançar candidatos. Nem lebres.

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