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Fauci: Desconfinamento precoce pode trazer “mais sofrimento e mortes evitáveis” aos EUA

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Win Mcnamee / EPA

O principal conselheiro medico da Casa Branca, Antony Fauci, não dá a pandemia como controlada nos Estados Unidos, alertando ainda para as “sérias consequências” que um desconfinamento precoce pode trazer.

No entender de Antony Fauci, que respondia no Senado a uma série de questões sobre a evolução da pandemia em território norte-americano, o desconfinamento poderá reverter os esforços feitos até agora e somar “mais sofrimento e mortes que são evitáveis”

Fauci, um dos mais afamados epidemiologistas dos Estados Unidos, alertou ainda para as “sérias consequências” de uma reativação apressada da economia em algumas partes do país, conta a agência noticiosa AFP. “Isto, paradoxalmente, far-nos-ia retroceder, somando mais sofrimento e mortes que são evitáveis”.

Neste momento, os Estados Unidos já registaram 80.000 vítimas mortais de covid-19, mas Fauci alerta que o balanço de mortes pode ser muito superior aos níveis oficiais.

“Não tenho certeza se será 50% maior, mas a maioria de nós acha que o número de mortes provavelmente será maior, especialmente na cidade de Nova Iorque (onde o número oficial de mortos ultrapassou 20.000)”, disse, citado pelo Expresso.

Respondendo a Elizabeth Warren, senadora democrata que entrou na corrida pela cadeira de Donald Trump, Fauci disse que a pandemia não está controlada nos Estados Unidos.

“Se me está a perguntar: ‘temos isto sob controlo?’ a resposta é: ‘não’.

Fauci afasta-se assim da posição defendida pelo Presidente norte-americano, que tem reiterado que é necessário retomar a economia apesar de reconhecer que o regresso ao “novo normal” pode implicar mais contágios e mortes.

Casos podem duplicar em 3 meses

Uma nova revisão da previsão do impacto da pandemia de covid-19 nos Estados Unidos indica que o país pode registar cerca de 147 mil mortos no início de agosto, mais 10 mil do que apontavam os estudos iniciais, escreve o jornal Observador.

Os números surgem de um modelo do Instituto de Métrica e Avaliação da Universidade de Washington, normalmente citado nos briefings da Casa Branca, e acrescenta ainda que o número de casos confirmados pode chegar ao dobro do atual dentro de três meses.

Os Estados Unidos registaram quase 1.900 mortes nas últimas 24 horas, um novo aumento no número diário de óbitos causados pela covid-19, após dois dias de declínio acentuado, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins.

Nos Estados Unidos morreram mais 1.894 pessoas neste período de tempo, o que elevou para 82.246 o total o número de óbitos no país, depois da descida verificada no domingo e na segunda-feira, abaixo das mil vítimas fatais diárias, o que aconteceu pela primeira vez desde o início de abril.

A principal potência económica do mundo também identificou quase 1,37 milhões de casos positivos desde o início da pandemia.

ZAP //

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1 Comment

  1. Deixa ver se eu entendo.
    Trump continua a querer reabrir a economia, apesar de reconhecer que que o regresso ao “novo normal” pode implicar mais contágios e mortes, SEM SER CONSIDERADO RESPONSÁVEL POR ESSAS MORTES ????? ou que os americanos de bom senso o impeçam de fazer tal coisa ?????

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