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Ucraniano esteve 15 horas preso numa sala. Enfermeiro diz que avisou SEF para o levarem ao hospital

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Mário Cruz / Lusa

O ucraniano que morreu no Centro de Instalação Temporária (CIT) do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) do Aeroporto de Lisboa esteve 15 horas manietado com fita-cola e algemas. 

Segundo a edição deste domingo do Público, Ihor Homenyuk, o ucraniano que faleceu no Centro de Instalação Temporária (CIT) do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) do Aeroporto de Lisboa, esteve manietado numa sala, durante 15 horas, com fita-cola, ligaduras e algemas de metal.

Por volta das 2h da madrugada do dia 12 de março, um dos enfermeiros que assistiu Ihor avisou os inspetores do SEF de que, “face à sua condição”, o homem precisava de cuidados médicos e devia ser levado a um hospital, o que acabou por não acontecer.

O diário dá conta de que, seis horas depois, o ucraniano detido, de 40 anos, estaria morto. Os três inspetores do SEF foram detidos e encontram-se atualmente em prisão domiciliária, por causa da pandemia de covid-19.

Segundo a descrição que o enfermeiro fez à Polícia Judiciária (PJ), Ihor esteve 15 horas preso numa sala e estava assustado: de cada vez que o enfermeiro se aproximava para lhe administrar medicamentos, Ihor protegia a face, que na altura já revelava uma escoriação no lado direito, com os braços. Além disso, tinha uma das mangas do casaco descosidas e tentou por várias vezes seguir o enfermeiro para fora da divisão.

Questionado pela PJ sobre se Ihor Homenyuk representava ou não uma ameaça, o mesmo enfermeiro respondeu que não lhe pareceu que o ucraniano fosse tornar-se violento.

O mesmo enfermeiro referiu que, antes de sair, viu o ucraniano manietado com fita-cola nas mãos e nos pés; avisou os seguranças que, não sendo aquele material maleável, ele não poderia ficar assim. Um dos seguranças confessou à investigação ter sido ele a fazê-lo.

Na ficha da ocorrência, a equipa médica escreveu que Ihor estava com agitação psicomotora, com suores e pele ruborizada com pequenas escoriações na face “sem hemorragia ativa”. No relatório, adiantam também ter alertado para a necessidade de ir ao serviço de urgência se a situação continuasse.

Os inspetores do SEF, suspeitos de matar à pancada o imigrante ucraniano, alegam que este já tinha sido agredido quando o viram pela primeira vez.

A tese da defesa alega que entre o momento em que os três inspetores estiveram com a vítima e esta ter sido encontrada, passaram-se oito horas sem que “se saiba se mais alguém entrou na sala ou se esteve com o imigrante”. Segundo uma fonte judicial consultada pelo Expresso, estas horas estão envoltas “numa nuvem”.

Em sequência deste caso, o ministério da Administração Interna anunciou que a direção de Fronteira de Lisboa, incluindo o diretor António Sérgio Henriques, foi demitida.

ZAP //

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2 Comments

  1. aida nao ouvi falar se este senhor que foi brutalmente assasinado ,se durante o seu longo calvario lhe foi dado de Beber e Comer com regularidade ? ?

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