A União das Misericórdias confirmou a dívida do Estado às instituições particulares de solidariedade social (IPSS). São seis milhões de euros.
Em declarações à Antena 1, Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, confirmou que o Ministério da Saúde não tem pago às IPSS e que estarão em causa seis milhões de euros.
“Não quis incomodar a senhora ministra sobre esta matéria. A senhora ministra tem estado, e bem, concentrada nos problemas da covid-19. Não consegui falar com ela. Não consegui, mas acredito que um dia destes, amanhã, ou depois, encontraremos uma forma de resolver esta divida que é fundamental para pagar salários”, disse o responsável, quando questionado sobre se já havia um plano de pagamentos.
Ao jornal Público, António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP), adiantou que, no caso dos contratos-programa, o Ministério da Saúde tinha faturas para pagar com atraso de um ano e que ainda estavam a apurar os valores com as unidades de saúde da SCMP.
Ainda assim, António Tavares sublinhou que os 500 mil euros que o ministério deve à SCMP são ainda mais gritantes, uma vez que estão relacionados com o Centro de Reabilitação do Norte que voltou para a esfera do Estado em 2018.
“Escrevi à ministra da Saúde em Fevereiro para saber quem vai pagar, mas depois veio a covid-19 e não tivemos resposta”, contou ao diário.
As falhas nos pagamentos foram denunciadas por Rui Rio, líder da oposição, na segunda-feira. “Fiquei absolutamente estarrecido e admirado com a situação. As IPSS receberam pela Segurança Social tudo a que têm direito, mas tudo o que devem receber do Ministério da Saúde, pura e simplesmente, o Governo não tem pago nada desde janeiro”, referiu o líder social-democrata.
Rui Rio disse ainda que o PSD era alheio a esta situação quando apresentou uma proposta para que o Governo pagasse “tudo o que havia para pagar” e ajudar a injetar liquidez na economia.