Um relatório do Ministério da Administração Interna (MAI) sobre o segundo estado de emergência mostra que a denúncia de criminalidade caiu para mais de metade e que as queixas de violência doméstica baixaram. Contudo, aumentaram as denúncias desse tipo de caso feitas por terceiros em relação ao ano passado.
Segundo noticiou o Observador, o documento divulgado na terça-feira revela que, de 13 de março a 17 de abril, foram registados 1.105 crimes de violência doméstica e 61 pessoas foram detidas. No período homólogo de 2019 houve 1.692 queixas e 88 detenções pelo mesmo motivo.
Com o estado de emergência, ao invés de subir, o número de queixas por violência doméstica caiu 34,7% em Portugal, contrariamente ao que aconteceu noutros países. Mas essa diminuição não significa necessariamente que o número efetivo de crimes tenha diminuído, apontou o jornal.
O relatório indica que a Polícia de Segurança Pública (PSP), em conjunto com a Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade, tem promovido formas alternativas ao telefone e ao 112 para dar o alerta e o contacto com amigos e familiares. A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) pediu especial atenção aos vizinhos, que podiam alertar.
As denúncias feitas por terceiros – familiares, amigos ou vizinhos – aumentaram em relação ao ano passado. Do total de 476 participações de violência doméstica feitas no segundo estado de emergência, 129 foram apresentadas “por terceiros” – uma subida de cinco pontos em relação a 2019.
Avaliado apenas o período de 03 e 17 de abril, as participações caíram 29% em relação às mesmas duas semanas de 2019. Em média, foram 32 queixas por dia. Os dados mostram ainda que a maior parte das vítimas (81.5%) são mulheres, a maior parte dos agressores (85%) são homens, como aconteceu também em 2019 e nos anos antes desse.
Álcool na estrada, furtos e carteiristas
Em relação à criminalidade geral, entre 13 de março e 17 de abril de 2019 houve 17.458 denúncias de crime e 2.786 detenções. No mesmo período deste ano, houve 7.852 situações e 1.104 detenções.
Os crimes de condução com taxa de alcoolémia igual ou superior a 1,2 gr/l caíram 82,9% entre 13 de março e 17 de abril, em comparação com o ano passado. Em 2019, nessas cinco semanas, foram detidas 1.007 pessoas com uma taxa de álcool criminosa no sangue, enquanto este ano foram 172.
Os furtos por carteirista diminuíram 91,9% e o mesmo aconteceu com os “furtos por oportunidade”, que caíram 82,5%. O MAI destacou ainda a queda nos crimes de “ofensa à integridade física voluntária simples”, que baixou 67,2%, e o “furto em veículo motorizado”, que caiu 58%.
Alguns crimes, porém, dispararam. É o caso das burlas por fraude bancária – que, segundo o MAI, está agora nos 67,6% – e os de desobediência – cresceram 94,3% entre 13 março e 17 de abril, em comparação com o ano passado.
Nos crimes que mais aumentaram constam ainda “outros roubos” (mais 114,3%), “outros crimes de perigo comum” (20%) e a “resistência e coação sobre funcionário” (12,8%).
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