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Encerramento das escolas deve ser avaliado “caso a caso”

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Manuel de Almeida / Lusa

A ministra da Saúde, Marta Temido, com a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas

A diretora-geral da Saúde anunciou, esta quarta-feira, em conferência de imprensa, que o encerramento das escolas deverá ser avaliado “caso a caso”.

Quase seis horas depois de reunião, a ministra da Saúde, Marta Temido, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, e Jorge Torgal, membro do Conselho Nacional de Saúde Pública, realizaram uma conferência de imprensa, no Ministério da Saúde, para fazer um novo balanço sobre o coronavírus.

O Conselho Nacional de Saúde Pública recomendou que não se encerrem todas as escolas, nem os museus e outros equipamentos culturais a não ser por determinação das autoridades de saúde, bastando, para já, a limitação de visitas.

“Só se justifica o encerramento total de estabelecimentos de ensino por determinação expressa das autoridades de saúde”, declarou Jorge Torgal aos jornalistas.

A diretora-geral da Saúde esclareceu que o encerramento das escolas deverá ser avaliado “caso a caso”, considerando que “não podemos estar antecipadamente a criar medidas desproporcionadas”.

Antes, em Berlim, o primeiro-ministro, António Costa, tinha garantido que “esta noite não vai seguramente ser decretado nada porque haverá a decisão do Conselho Nacional da Saúde Pública”.

“Amanhã haverá uma reunião do Conselho de Ministros e, nessa altura, serão adotadas as orientações que tivermos de adotar”, acrescentou.

Na quinta-feira, o chefe do Executivo vai reunir com todos os partidos para informá-los sobre as medidas tomadas por causa do coronavírus.

Sobre a declaração de pandemia por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS), Graça Freitas diz que é normal e que “se limitou a formalizar uma situação que já existia, que era conhecida”.

Questionada sobre as enchentes nas praias, esta quarta-feira, a ministra da Saúde relembrou que “não estamos em contexto de férias escolares“. “Cada um de nós tem de ser responsável. Há regras claras e é preciso respeitar as medidas de isolamento social”.

DGS admite que já há mais casos confirmados

A DGS confirmou, esta manhã, que foram diagnosticados 59 casos positivos de infeção pelo novo coronavírus. Este número representa um salto de 18 novos casos comparativamente ao boletim epidemiológico de ontem.

Esta noite, Graça Freitas admitiu que estes números já estão desatualizados e que “a esta hora já há mais casos confirmados“, no entanto, para não haver duplicação de casos, a responsável anunciou que ficou decidido que a DGS só vai dar números uma vez por dia.

Destes novos casos, não se sabe ainda se “três ou quatro” pertencem às seis cadeias de contágio já identificadas.

O semanário Expresso noticiou que o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, descobriu dois casos de Covid-19 entre doentes internados já há vários dias. Trata-se de dois homens, com mais de 60 anos, que estavam hospitalizados com um diagnóstico de pneumonia mas só agora foi descoberta a origem da infeção.

O jornal observou que o objetivo passa por travar a propagação da doença no interior da unidade hospitalar, recordando que foi assim que o surto em Itália teve início. Porém, de acordo com o Diário de Notícias, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) acusou o Hospital de Santa Maria de “não colocar em isolamento os profissionais de saúde que tiveram contacto direto” com os doentes infetados.

Questionada sobre estes dois casos, a diretora-geral da Saúde confirmou que estes casos surgiram depois de já estarem internados. “Os hospitais foram pesquisar doentes que tinham internados”. E apelou: “Temos de ter confiança nas autoridades de saúde”.

Em relação às acusações da FNAM, a responsável disse que os “hospitais cumprem os protocolos e protegem os seus profissionais”.

Sobre a informação que circulou durante a tarde, nas redes sociais, de uma eventual morte, a diretora-geral da Saúde garantiu que essa informação não é verdadeira. “Não vamos esconder a informação nem esperar pela hora do Telejornal”.

O Centro Hospital e Universitário de Coimbra (CHUC) também confirmou o seu primeiro caso, o que levou ao encerramento do serviço de infeciologia.

A agência Lusa também avançou que um comandante da White Airways, que realizou na terça-feira um voo pela TAP, de Madrid para o Porto, também está infetado e internado no Hospital de São João.

A ministra da Saúde, Marta Temido, disse, hoje, numa audição no Parlamento que o número de casos tinha aumentado, sem quantificar o valor exato. A governante reconheceu não será possível conter o contágio de infeções por Covid-19 por muito mais tempo. “É inevitável que entremos na fase de mitigação dentro de horas ou dias” porque “a evolução da situação está a ser muito rápida”.

Hoje, o Conselho Superior de Magistratura (CSM) anunciou que os tribunais vão estar parados e só vão realizar processos e diligências urgentes, “nos quais estejam em causa direitos fundamentais”.

Itália fecha todos os estabelecimentos não essenciais

As autoridades italianas ordenaram o encerramento de todos os estabelecimentos comerciais à exceção dos de primeira necessidade, como supermercados ou farmácias, para conter a propagação do novo coronavírus.

“Itália será sempre uma zona única, uma zona protegida. Dispomo-nos encerrar toda a atividade comercial, com exceção dos negócios de primeira necessidade e farmácias”, anunciou o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, em conferência de imprensa.

Segundo Conte, “não é necessário sair a correr do supermercado depois de fazer as compras” e, portanto, se todos respeitarem estas regras, “o país sairá rapidamente [do estado] de emergência” desencadeado pela doença Covid-19.

ZAP //

4 Comments

  1. fechar as escolas para prevenir a propagação do virus e depois os estudantes vao todos para a praia, rssss
    que rica medida de prevençao

    • Mesmo, mal ou bem enquanto não houverem casos suspeitos nas escolas os miúdos estão melhor lá q nos centros comerciais ou em espaços lotados de gente q não se sabe por onde andou.

  2. Pobre Gracinha que não conseguiu ficar a cuidar das netas.

    As escolas já deviam ter fechado há muito por uma questão de controlo da epidemia.
    Só mesmo num país de mentecaptos que se estão pouco marimbando para a saúde dos outros é que isso não acontece.

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