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Tancos. Operação da PJM tinha “atenção das altas esferas do Estado”

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Mário Cruz / Lusa

Bruno Ataíde, militar do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR de Loulé e um dos arguidos do processo de Tancos, mencionou o ex-ministro Azeredo Lopes, mais do que uma vez. “[O conhecimento e o interesse do Governo] é que nos dava segurança”, disse na fase de instrução que começou em janeiro. 

Quando questionado pelos jornalistas sobre a cumplicidade das hierarquias da GNR através do conhecimento do plano de recuperação do armamento, à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, o advogado de Bruno Ataíde – que optou pelo silêncio enquanto não foi formalmente acusado -, respondeu: “Presumimos que sim”.

“Se não, estaríamos aqui perante outro crime – de desobediência”, indicou Fernando Cabrita, citado pelo Público.

Ao juiz Carlos Alexandre e aos advogados de defesa, Bruno Ataíde, constituído arguido por ter participado na operação montada para reaver o armamento, indicou que havia “um grande interesse por parte do Governo, na pessoa do ministro da Defesa”, em que a recuperação acontecesse.

“O que nos era transmitido – a mim, ao sargento Lima Santos, ao guarda José Gonçalves – era que tudo era reportado quase em tempo real ao coronel Estalagem e ao diretor-geral da PJM [Polícia Judiciária Militar]”, referiu Bruno Ataíde, sobre a operação da PJM e da GNR, paralela à investigação da PJ.

E continuou: “Várias vezes era-nos mencionado que isto estava a ter uma atenção das altas esferas do Estado, inclusive do ministro da Defesa”. “Isto era uma conversa recorrente por parte dos investigadores da PJM”.

Bruno Ataíde sublinhou que essa “era uma conversa recorrente”, por parte “dos inspetores da PJM, mas no sentido de que isto era importante por haver um grande interesse por parte do Governo, na pessoa do ministro da Defesa, em que isso acontecesse. Isto estava feito ao mais alto escalão”.

O militar é acusado de cinco crimes: associação criminosa, tráfico e mediação de armas, falsificação ou contrafação de documentos, denegação de justiça e prevaricação e favorecimento pessoal praticado por funcionário.

“Eu não sabendo que estava a participar numa operação ilegal, dúvidas não tinha de que estava autorizado superiormente”, disse ainda, concluindo não saber se “quem autorizou” tinha ou não conhecimento de que a atuação da PJM não estava autorizada.

ZAP //

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1 Comment

  1. isto parece tudo muito mal contado,qual era o destino do material ? seria um tal grupo terrorista ,que o seu braço armado esta inativo !? ou iria o material apoiar alguma ditadura da america latina ,africa ou medio oriente ;-(

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