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Novo diretor da PSP sobre detenção na Amadora: “No vídeo vejo um polícia a cumprir as suas obrigações”

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José Sena Goulão / Lusa

O novo diretor Nacional da PSP, Magina da Silva

O novo diretor nacional da PSP disse, esta segunda-feira, que quer responsabilizar os agentes que tenham “comportamentos discriminatórios” e extremistas e defender “os bons polícias que, muitas vezes, são injustamente atacados na praça pública”.

“Vamos exigir que os polícias cumpram com a lei, que os polícias respeitem os direitos, liberdades e garantias, que os polícias não tenham comportamentos discriminatórios e extremismo de qualquer tipo”, disse aos jornalistas o superintendente-chefe Manuel Augusto Magina da Silva, no final da sua tomada de posse no Ministério da Administração Interna.

O novo diretor da Polícia de Segurança Pública (PSP) adiantou que vai também “defender os bons polícias e os polícias que, muitas vezes, são injustamente atacados na praça pública quando apenas cumpriram as suas funções e os regulamentos que estão em vigor”.

Questionado sobre a atuação policial no caso da detenção de uma mulher na Amadora, Magina da Silva afirmou que aquilo que viu no vídeo foi “um polícia a cumprir as suas obrigações e as normas que estão em vigor na PSP”, não tendo visto “qualquer infração”.

“Há uma atuação legal e legítima por parte de um agente da autoridade. Há uma resistência na condução para identificação e há efetivamente uma ação de resistência ativa contra o agente que decidiu proceder à detenção, que foi o que aconteceu. O que se passou depois, que não está documentado no vídeo, obviamente será devidamente esclarecido no âmbito do processo crime e o processo disciplinar a decorrer na IGAI”, disse.

Na altura, o ministro da Administração Interna determinou à Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura de um inquérito para apuramento dos factos relacionados com a atuação policial na sequência da denúncia apresentada pela mulher detida contra o polícia de serviço, alegando ter sido violentamente agredida pelo agente.

O novo diretor nacional da PSP considerou importante “combater todas as formas de extremismo, radicalismo e discriminação, fora e dentro da Polícia de Segurança Pública”.

Nesse sentido, frisou que pretende “responsabilizar os polícias que dolosamente ou de forma grave violem as suas obrigações legais e as instruções hierárquicas emitidas, nomeadamente no referente ao uso da força pública”, bem como “defender os polícias injustamente acusados”.

Taxa “demasiada elevada” de viaturas inoperacionais

O novo diretor nacional da PSP disse ainda que esta força policial tem “todos os meios que precisa para cumprir a missão”, mas existe uma taxa “demasiada elevada” de viaturas que estão inoperacionais.

“A PSP tem todos os meios de que precisa para cumprir a sua missão, obviamente que a questão das viaturas é um ponto crítico que procuraremos junto com a tutela ultrapassar. Temos efetivamente uma taxa de inoperacionalidade demasiado elevada das viaturas policiais”.

O novo diretor da Polícia de Segurança Pública sublinhou que “obviamente” gostaria de ter mais meios, nomeadamente viaturas, armamento e material de proteção, mas a sua “obrigação e função é fazer o melhor possível” com o que tem.

Sobre a admissão, este ano, de mil novos agentes para a PSP, anunciado pelo ministro da Administração Interna, Magina da Silva considerou ser “um número muito interessante”, ressalvado que, neste momento, as saídas de polícias para a pré-aposentação estão limitadas às entradas.

No seu discurso de tomada de posse, muito voltado para dentro da instituição, Magina da Silva apontou “quatro eixos estratégicos principais” para a direção que agora lidera, designadamente “liderança, motivação e comunicação”, “capacitação técnica, física e logística”, “proximidade, visibilidade e reatividade” e “imagem institucional”.

Sobre a primeira prioridade (liderança, motivação e comunicação), considerou ser sua “convicção que apenas polícias confiantes e motivados podem dar confiança aos cidadãos que servem e protegem”.

“Para que a PSP tenha sucesso tem de ter polícias motivados e confiantes e isso é uma prioridade da minha direção. O sucesso da PSP não é conseguido se não tivermos polícias coesos e que estejam motivados nas funções que desempenham”, sustentou, destacando que vai manter o diálogo com os sindicatos da PSP, que considerou serem parceiros.

Magina da Silva referiu que vai haver com os sindicatos “contactos regulares e periódicos”, para que “estejam mais informados do que se está a passar, e também para que o diretor nacional fique mais informado das aspirações dos sindicatos”.

O novo diretor da PSP sublinhou igualmente que quer “incentivar e manter uma aposta forte na formação do pessoal policial e de apoio à atividade operacional, a todos os níveis”.

“Os problemas estão identificados e diagnosticados. Chegou o tempo de fazer. Em todas as organizações e sociedades existem os críticos destrutivos, os faladores e os fazedores. Exorto todos os polícias da PSP, nos quais me incluo, bem como todo o pessoal de apoio à atividade operacional, independentemente da função que desempenham e da sua categoria hierárquica, a que engrossem o grupo dos fazedores, para que todos juntos consigamos corresponder ao muito que se espera de nós”, disse ainda.

Magina da Silva, até agora número dois da PSP, tomou posse como diretor nacional da Polícia Segurança Pública e substitui Luís Farinha, que estava no cargo desde novembro de 2013 e cujo mandato já tinha terminado em novembro de 2019.

ZAP // Lusa

6 Comments

  1. «…No vídeo vejo um polícia a cumprir as suas obrigações…» – Manuel Silva in ZAP aeiou

    No vídeo vê-se um Agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) a fazer uma figura ridícula e imprópria de um agente da autoridade, ao agarrar-se com braços e pernas ao corpo de uma cidadã (que aparenta claramente ser limitada), prestando os dois um espectáculo decadente e direi mesmo demencial.

    Duvido muito que a Escola Prática de Polícia (EPP), nobre instituição reconhecida pela qualidade da formação que ministra, instrua os seus instruendos e futuros agentes, a agirem numa situação como aquela de forma ridícula e anormal, o que pode indicar que o Agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) envolvido nessa acção, não tenha provavelmente perfil para a profissão que desempenha.

    Estes actos, não dignificaram em nada a já describidilizada imagem da polícia em Portugal, o que é pena porque tanto a Polícia de Segurança Pública (PSP) como instituição e os homens e mulheres que dela fazem parte, são essenciais para garantir o bem-estar e segurança dos cidadãos e assim como da República.

      • O vídeo só mostra o que lhes convém. Não mostra quando a mulher empurra e morde o polícia. O vídeo é para enganar papalvos. Tudo começou por causa dela não querer pagar o bilhete para a moça. Disse ao motorista que ia telefonar ao filho para ele trazer o passe à paragem como se o autocarro fosse obrigado a ficar ali à espera às ordens na senhora e não tivesse horários para cumprir. Ela é que foi a culpada de tudo e depois vieram umas bestas agredir o motorista como se ele fosse obrigado a transportar pessoas sem título de transporte válido. Enfim gente de má índole.

    • Já que és um expert, porque não nos “iluminas” e explicas como farias naquela situação?
      Pois… depois é que veríamos quem faz figuras ridículas!…
      .
      Tal como director da PSP, até agora, eu só vi o agente a fazer o seu trabalho enquanto a criminosa fazia tudo para o impedir de cumprir a lei e manter a ordem!!

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