João Paulino estava preso preventivamente desde 28 de setembro de 2018. Esta segunda-feira foi libertado por excesso de prisão preventiva.
O ex-fuzileiro João Paulino foi hoje libertado por excesso de prisão preventiva. A notícia foi confirmada pelo advogado do arguido, Melo Alves. João Paulino, que estava preso preventivamente desde 28 setembro de 2018, é apontado pela PJ como o cabecilha do assalto aos paióis de Tancos.
De acordo com o Expresso, teria sido necessária uma decisão instrutória até esta terça-feira para que Paulino continuasse detido – algo que acabou por não se verificar. O antigo fuzileiro foi preso no âmbito da Operação Húbris.
O arguido poderá ser novamente preso, ao abrigo do processo do furto das 55 pistolas Glock da PSP, no qual está também acusado. O seu advogado, Melo Alves, descarta esta possibilidade pelo facto de, neste caso, lhe ter sido decretada como medida de coação o termo de identidade e residência.
O caso de Tancos está ainda na fase de instrução, em que são ouvidas as defesas dos arguidos. Caberá ao juiz Carlos Alexandre, no fim desta fase, decidir se o caso segue ou não para julgamento.
João Paulino ia ser ouvido no dia 22 de janeiro, mas acabou por ficar em silêncio já que não lhe foi dado acesso ao conteúdo das duas operações encobertas levada a cabo pela Polícia Judiciária. Os relatos destas operações só foram incluídos no processo principal há cerca de três semanas. A defesa de João Paulino não teve oportunidade de os consultar na altura, recusando-se, por isso, a prestar declarações em tribunal.
O caso de Tancos tem 23 arguidos, incluindo o ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, o ex-diretor da Polícia Judiciária Militar, Luís Vieira, o ex-porta-voz da instituição militar, Vasco Brazão, e vários elementos da GNR.
O furto do armamento de guerra dos paióis foi divulgado pelo Exército português, a 29 de junho de 2017, com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a alegada recuperação do material de guerra furtado ocorrido na região da Chamusca, Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a PJM, em colaboração com elementos da GNR de Loulé.