O diretor nacional da PJ disse, esta quinta-feira, que os elementos recolhidos sobre a morte do diretor do private banking do EuroBic, arguido no caso Luanda Leaks, “apontam para que não haja intervenção de terceiros”.
Questionado pelos jornalistas se a PJ tinha alguma outra linha de investigação, que não a de suicídio, Luís Neves respondeu que os dados de que a PJ dispõe, não só relativos à noite passada — quando o gestor do EuroBic foi encontrado morto —, como também de outra ocorrência anterior, apontam para que “não haja intervenção de terceiros” nesta morte.
Nuno Ribeiro da Cunha, diretor do private banking do EuroBic e gestor da conta da Sonangol, que ontem foi constituído arguido pela PGR de Angola, foi encontrado morto na na casa onde residia no Restelo, em Lisboa.
Em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) já tinha adiantado que a PSP foi alertada para uma ocorrência na rua Padre António de Andrade, no Restelo, em Lisboa, pelas 21h30 de quarta-feira.
A PSP acrescentou que Nuno Ribeiro da Cunha terá alegadamente “cometido suicídio na garagem, pelo método de enforcamento, confirmando-se o óbito após manobras de reanimação por parte dos meios de socorro”, sublinhando que o homem já teria um “historial de tentativa de suicídio” neste mês.
No passado dia 7 de janeiro, a GNR foi alertada para uma alegada tentativa de suicídio, no interior de uma habitação, em Vila Nova de Milfontes, onde foi encontrado um homem ferido com gravidade.
Por haver suspeita de tentativa de homicídio, a GNR contactou a Polícia Judiciária de Portimão, que esteve no local e está a investigar o caso. Hoje, o Ministério Público confirmou à Lusa que o homem era Nuno Ribeiro da Cunha.
Além de Nuno Ribeiro da Cunha, foram constituídos arguidos em Angola, no âmbito do processo Luanda Leaks, a filha do ex-Presidente angolano, Isabel dos Santos; Sarju Raikundalia, ex-administrador financeiro da Sonangol; Mário Leite da Silva, gestor de Isabel dos Santos e que se demitiu da presidência do Conselho de Administração do Banco de Fomento de Angola (BFA) e Paula Oliveira, amiga da empresária angolana e administradora da NOS.
Esta tarde, o procurador-geral da República de Angola, Hélder Pitta Grós, vai reunir-se com a sua homóloga, Lucília Gago, na sede da Procuradoria-Geral da República, em Lisboa.
ZAP // Lusa