Estão a surgir arbustos e ervas em redor do Monte Everest e dos Himalaias, uma das regiões de aquecimento mais rápido do planeta.
Ainda não se sabe o impacto no abastecimento de água do pequeno, mas significativo aumento da vegetação entre a linha das árvores e a linha da neve, mas, de acordo com o jornal britânico The Guardian, pode aumentar as inundações na vasta região, que alimenta os dez maiores sistemas fluviais da Ásia e fornece água a 1,4 mil milhões de pessoas.
Os cientistas usaram dados de satélite para identificar aumentos na vegetação no ecossistema subnival inacessível – a zona mais alta que permite o crescimento das plantas -, composta de erva e arbustos anões com neve sazonal. Esse ecossistema é conhecido, mas pode desempenhar um papel crucial na hidrologia da região, cobrindo entre cinco e 15 vezes a área de glaciares permanentes e neve na região.
O derretimento dos glaciares dos Himalaias duplicou desde a virada do século, com mais de um quarto de todo o gelo perdido nas últimas quatro décadas. Estudos anteriores já haviam demonstrado que até dois terços dos glaciares dos Himalaias vão desaparecer na próxima década, o que significa que uma grande quantidade de água destes lagos vai ser uma grave ameaça para as populações vizinhas.
Estudos sugerem que os seus ecossistemas são altamente vulneráveis a mudanças na vegetação induzidas pelo clima. Ainda não se sabe como é que o aumento de vegetação pode afetar o suprimento de água, mas estudos sobre o aumento da vegetação no Ártico descobriram que produziam um efeito de aquecimento na paisagem circundante, com as plantas a absorver mais luz e a aquecer o solo.
Por outro lado, o aumento da vegetação pode não aumentar os riscos de aquecimento e inundação nos Himalaias, uma vez que o único estudo na região, no Tibete, concluiu que a água nas plantas que é evaporada através da sua superfície foliar exerce uma influência de arrrefecimento.
O estudo foi publicado este mês na revista científica Global Change Biology.