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O gelo no Monte Everest está mais quente do que devia (e pode derreter)

O gelo do Monte Everest está mais quente do que devia, o que significa que o glaciar será vulnerável aos efeitos futuros das alterações climáticas.

O Khumbu, o maior glaciar do mundo que está localizado nas encostas do Monte Everest, registou temperaturas vários graus acima do normal, por isso é especialmente suscetível ao aquecimento global e pode afetar o acesso à água potável de cerca de 60 milhões de pessoas que vivem na região.

O estudo, publicado em 14 de novembro no Scientific Reports, baseou-se em medições térmicas recolhidos no gelo do glaciar ao longo de vários meses em 2017 e 2018 em altitudes de até 5.200 metros acima do nível do mar.

Os especialistas fizeram furos de até 155 metros de profundidade no gelo, onde, posteriormente, colocaram sensores térmicos.

Desta forma, os investigadores determinaram que a temperatura mínima do gelo registada naquela profundidade era de apenas -3,3ºC, ou seja, dois graus acima da temperatura média anual do ar.

“Gelo quente é particularmente vulnerável às mudanças climáticas porque mesmo um pequeno aumento na temperatura pode provocar o derretimento”, disse Duncan Quincey, geógrafo da Universidade de Leeds, no Reino Unido e principal autor do estudo.

A alta temperatura do gelo é atribuída ao calor geotérmico, juntamente com o ar mais quente que vem de alturas mais baixas, e a água que se origina do derretimento. Isto pode gerar um ciclo de feedback positivo perigoso, já que a água absorve melhor o calor do que o gelo, que, quando derretido, é cercado, por sua vez, por uma quantidade maior de água.

“A temperatura interna tem um impacto significativo sobre a dinâmica complexa de um glaciar”, que é “uma parte crucial do abastecimento de água de milhões de pessoas na região de Hindukush e do Himalaia”, referiu Quincey.

De facto, esta é a área com mais gelo – exceto o Ártico e a Antártida – e, por isso, é apelidada de “terceiro pólo”. Cerca de 60 milhões de pessoas dependem da água das montanhas do Monte Everest.

A enorme quantidade de gelo é uma reserva valiosa de água potável. Por isso, o aumento da temperatura do gelo pode vir a afetar a população que dela depende, assim que o gelo comece a derreter.

ZAP // RT / Science Alert

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