Uma sinagoga em Groningen, na Holanda, está apenas a aceitar membros por convite. A comunidade judaica desta cidade vive com o medo de um ataque antisemita.
A comunidade judaica de Groningen, na Holanda, está definitivamente assustada com os ataques de ódio que se têm multiplicado um pouco por todo o mundo — os ataques antisemitas não são exceção.
Este ano, pelo menos 49 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas após uma ataque a duas mesquitas na Nova Zelândia. Nos Estados Unidos, no ano passado, um tiroteio numa sinagoga de Squirrel Hill, na Pensilvânia, provocou a morte de 11 pessoas. E, mais recentemente, em outubro deste ano, um ataque a uma sinagoga em Halle, na Alemanha, fez dois mortos.
O pânico levou a sinagoga de Groningen a aceitar membros apenas por convite, vedando o acesso às outras pessoas. À medida que se aproxima a hora da oração, os voluntários da sinagoga começam a ligar e a mandar mensagens no WhatsApp aos restantes judeus.
O Politico conta o caso de Alec Farber, de 18 anos, que se mudou para a cidade holandesa vindo de Nova Iorque. O jovem teve de ganhar a amizade de outros estudantes judeus antes de conseguir acesso à sinagoga. Para entrar, tem de avisar com antecedência a sua ida e levar identificação.
“Foi ativamente difícil. A minha sinagoga [nos Estados Unidos] publica todos os serviços nos seu site”, disse Farber. Isto é algo que não acontece em Groningen, com a localização e os serviços a serem mantidos em secretismo através de contacto direto por telemóvel. As dificuldades logísticas são um pequeno preço a pagar pela segurança.
“Estou preocupado com o antissemitismo poder normalizar-se e tornar-se mainstream“, disse Tom Burghard, de 20 anos. “Se não é um ataque físico, as pessoas não levam a sério. Elas não entendem que é assim que começa“, acrescentou.