John Bolton, o ex-assessor de Segurança Nacional do Presidente norte-americano, recuperou esta sexta-feira o controlo da sua conta na rede social Twitter e deu a entender que poderia usá-la para revelar informação sobre Donald Trump, com um misterioso “estejam atentos”.
O regresso à Twitter de Bolton, despedido em setembro por Trump, deu muito que falar, porque os democratas estão há semanas a procurar que deponha na investigação que pode levar a um processo de destituição do líder norte-americano.
A saída de John Bolton ocorre quando Donald Trump procura aberturas diplomáticas com dois dos inimigos mais intratáveis dos Estados Unidos, esforços que são divergentes das ideias de pessoas como Bolton, que vê a Coreia do Norte e o Irão como não confiáveis.
John Bolton trabalhou como advogado, colaborador da Fox News e membro do conservador American Enterprise Institute nos últimos anos desde que atuou como representante do presidente George W. Bush na ONU em 2005-2006. Bolton estava no cargo desde abril de 2018.
O despedimento de John Bolton acontece no meio das divergências fundamentais sobre como lidar com grandes desafios de política externa como o Irão, a Coreia do Norte e o Afeganistão.
Os democratas acreditam que o ex-assessor pode ter informação chave para esclarecer o caso das pressões sobre a Ucrânia feitas pelo inquilino da Casa Branca.
O Presidente norte-americano foi acusado de pressionar o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, a investigar o seu rival político e ex-vice-Presidente Joe Biden.
Esta chamada, cuja transcrição foi revelada na última semana após a queixa de um denunciante, levou os democratas a darem início a um processo de impeachment presidencial. Na segunda-feira, o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, recebeu uma intimação relacionada com os seus contactos com as autoridades ucranianas.
Mais tarde, o Governo australiano confirmou que houve uma segunda chamada, em que Donald Trump pressionou o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, para que este o ajudasse a descredibilizar a investigação do procurador especial Robert Mueller. O governo australiano confirmou que a chamada aconteceu e que o primeiro-ministro concordou em ajudar.
A Casa Branca restringiu o acesso à transcrição da conversa telefónica entre o Presidente dos EUA e o primeiro-ministro da Austrália a um pequeno grupo de assessores. A decisão é invulgar mas semelhante à que foi tomada no caso da chamada com o Presidente da Ucrânia.
ZAP // Lusa