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Menos de metade dos médicos do SNS trabalha em regime de exclusividade

Menos de metade (42,9%) dos médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) trabalha em regime de exclusividade, avança o Jornal de Notícias, citando números da Administração Central dos Serviços de Saúde. 

Segundo dados apresentados esta quinta-feira pelo matutino, em junho deste ano, existiam 13.052 médicos a trabalhar no setor empresarial do Estado (fora internos ou profissionais que estão nas parcerias público-privadas).

Destes, só 5604 (42,9%) trabalhavam em exclusivo para o público.

A falta de médicos nos hospitais públicos é um problema conhecido do Ministério da Saúde, tutelado por Marta Temido, e do Governo. O Executivo socialista tem estudado vários cenários para dar resposta à falta destes profissionais de saúde.

Uma das soluções que tem sido discutida é o regresso da dedicação exclusiva dos especialistas, programa criado em 1990 pela então ministra Leonor Beleza e extinto em 2009 por Correia de Campos. Esta solução, escreve o semanário Expresso, significa para os clínicos trabalhar mais horas mas receber menos.

Segundo esse regime, os médicos em hospitais podiam trabalhar até 42 horas semanas com um aumento salarial de 25%. Marta Temido entende que o regresso deste programa pode aumentar a produtividade. Já Mário Centeno, que lidera as Finanças, prefere apostar em melhorar a gestão dos hospitais.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Gimarães, concorda com a reinstituição do regime, mas desde que esta não seja uma obrigatoriedade.

“Se o Estado obrigar a que os médicos que ocupem cargos de direção estejam em dedicação exclusiva, vamos ter um problema. Nas condições atuais de valorização daquilo que é a responsabilidade dos médicos, sobretudo aqueles que estão em cargos de gestão, o que pode acontecer é que aquelas pessoas que eventualmente estão mais preparadas para serem diretores de serviço podem acabar por desistir ou não aceitar”, afirmou o representante dos médicos em declarações ao JN.

ZAP //

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