O juiz de instrução da Operação Marquês, Ivo Rosa, decidiu chamar o ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações Silva Monteiro como testemunha, avança a SIC Notícias.
Segundo apurou a estação televisiva, o ex-governante do Governo de Pedro Passos Coelho será inquirido a 5 de dezembro.
Em causa está o projeto do troço Poceirão-Caia do TGV, cuja construção chegou a ser adjudicada a um consórcio do qual fazia parte o Grupo Lena.
Segundo a acusação do Ministério Público, citada pela SIC Notícias, o ex-primeiro-ministro José Sócrates terá garantido indemnizações ao grupo empresarial caso o Tribunal de Contas rejeitasse a decisão.
A Operação Marquês teve início a 19 de julho de 2013 e culminou na acusação a 28 arguidos – 19 pessoas e nove empresas – a 11 de outubro de 2017 pela prática de 188 de crimes económico-financeiros.
Sócrates, que esteve preso preventivamente e em prisão domiciliária, está acusado de 31 crimes económico-financeiros. O antigo líder socialista foi acusado pelo Ministério Público da alegada prática de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 crimes de branqueamento de capitais, nove crimes de falsificação de documento e três crimes de fraude fiscal qualificada, no âmbito da Operação Marquês.
Para o MP, Sócrates recebeu, entre 2006 e 2015, um total de 34 milhões de euros, a troco de favorecimento a interesses do Grupo Espírito Santo, na concessão de financiamento por parte do banco público ao empreendimento Vale do Lobo e ao Grupo Lena, dinheiro esse que terá sido movimentado por contas de Carlos Santos Silva.