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A BBC corre o risco de extinção (e a culpa é da Netflix e do YouTube)

A BBC corre o risco de extinção se não recuperar rapidamente os espetadores mais jovens que escapam sobretudo para a Netflix e para o YouTube.

A BBC enfrenta a perspetiva de “não ser mais sustentável no modelo atual” se não recuperar os públicos jovens e jovens adultos, em migração acelerada para as concorrentes plataformas de streaming.

A OfCom, regulador britânico da comunicação social, aponta, de acordo com o semanário Expresso, para o perigo de “uma geração perdida” por parte do operador público britânico de rádio e televisão, perante a descida das audiências dos públicos com idades entre os 16 e os 24 anos, abaixo dos 50% registados pela primeira vez no histórico dos seus relatórios anuais.

O estudo mediu a audiência média semanal dos canais de televisão da BBC e assinalou 49% no target 16-24 anos, que desce aos 46% quando considerado apenas o género masculino. A redução da adesão dos jovens e jovens adultos verifica-se igualmente quando se analisa o indicador do tempo médio dedicado a assistir à oferta da BBC, que se fixa atualmente em uma hora e 12 minutos por dia, tendo decrescido cinco minutos face ao ano passado.

O relatório não se fica por medir e analisar os consumos da oferta dos canais lineares tradicionais da BBC. Considera e soma também o consumo da audiência através da distribuição levada a cabo pela plataforma digital desenvolvida pelo broacaster público: o iPlayer. Aqui também decresce. O acesso dos jovens entre os 15 e 24 anos, neste caso, perde dois pontos percentuais ao longo do último ano – dos 28% para os 26%.

Já a Netflix faz saber que as audiências entre os públicos jovens do Reino Unido treparam dos 56% para os 66%. A OfCom conclui que as iniciativas lançadas pela BBC para fazer face à migração dos mais jovens está longe de ser suficiente, pelo que convoca os executivos do canal a apresentarem um plano de maior detalhe destinado a melhorar a oferta a toda a sociedade britânica, incluindo os grupos menos satisfeitos.

O relatório assinala, de resto, que “a ausência de um plano claro e transparentemente articulado” torna difícil verificar quaisquer progressos. Sharon White, CEO da OfCom, considera que “a BBC ainda é uma parte vital e valorizada da cultura britânica. Mas estamos preocupados que uma nova geração esteja a abandonar os seus serviços. A BBC tem de adotar um plano mais ousado” para se conectar aos públicos jovens.

Por outro lado, fonte da BBC considera que a forma como o regulador britânico põe as coisas é “sensacionalista” e não reflete os mais recentes progressos do operador público.

Um porta-voz da BBC reagiu às conclusões do documento dizendo que a corporação “está a desenvolver um claro plano que vai ao encontro das necessidades dos mais jovens e das diversas audiências”. O plano assenta na energização do iPlayer, alargando o período de “catch-up” dos atuais 30 dias para doze meses e da renovação do serviço de streaming.

ZAP //

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