As mulheres portuguesas dão menos importância à política do que os homens, mas são menos abstencionistas. Ao contrário de muitos países europeus, estão mais à direita e os homens mais à esquerda e, partidariamente, é no PS que mais se equivalem, segundo um estudo divulgado na quinta-feira.
Entre outras conclusões do estudo, apresentado no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa, no que diz respeito à confiança nas instituições, são também as mulheres as mais desconfiadas, noticiou o Público.
O estudo português é da autoria das sociólogas Anália Torres, investigadora no ISCSP e coordenadora do Centro Interdisciplinar de Estudos de Género (CIEG), e Sara Martins, também do ISCSP.
O trabalho faz parte do European Social Survey (ESS), um inquérito internacional que recolhe informação comparativa transnacional sobre atitudes e comportamentos. Este estudo realiza-se de dois em dois anos, desde 2002. O trabalho de campo do capítulo português foi realizado entre o final de 2016 e princípio de 2017.
No que respeita à participação e ao interesse pela política, o estudo de 2016 revela que as mulheres portuguesas dão menos importância à política do que os homens, embora ambos se situem no campo “pouco interesse”.
O mesmo se verifica nos 21 países analisados na oitava edição do estudo. Ainda assim, as mulheres portuguesas participam mais em eleições do que os homens, com a taxa de abstenção entre o sexo feminino a situar-se em média nos 23,7% contra os 28% entre o sexo masculino.
A Finlândia é o país com maior percentagem de cidadãos que votam, enquanto a Federação Russa tem a maior percentagem de abstencionistas. Os países nórdicos apresentaram a maior média de participação, contrariamente aos países do centro e do Leste europeu.
Mulheres mais à direita
De acordo com o estudo, a média de todos os anos em que o trabalho foi realizado (2002/2016) mostra que as portuguesas posicionam-se mais à direita que os homens. Apenas em 2004 e 2014 o sexo masculino esteve mais à direita do que o feminino.
Esta tendência contraria a média de todos os países participantes em que os homens apresentam maior tendência para se autoposicionarem mais à direita, por oposição às inquiridas, que tendem a identificar-se como mais próximas da esquerda. Esta tendência verifica-se desde que o estudo é realizado, tendo apenas como exceção o ano de 2012, em que mulheres se situaram muito ligeiramente mais à direita que os homens.
Em Portugal, o sexo masculino aponta para forças políticas como a coligação CDU (PCP/PEV) e PCTP-MRPP, enquanto o sexo feminino aponta para partidos como o PAN, PSD e CDS. Os homens também preferem o PS, mas é neste partido que o sexo masculino e o feminino mais se equivalem, com os primeiros a terem uma média de 44,9% e as segundas com 42%.
Em termos de confiança interpessoal nas instituições, Portugal ficou sempre abaixo da média de todos os países inquiridos.
Homens confiam mais
Em Portugal as mulheres mostram, ao longo do tempo, uma tendência a apresentarem um menor grau de confiança nas outras pessoas e instituições. Em 2016, a maior desconfiança dos portugueses foi para o sistema político (Assembleia da República, políticos e partidos políticos). Seguiu-se sistema jurídico e instituições políticas internacionais (Parlamento Europeu e Nações Unidas). O maior grau de confiança dos portugueses é com a polícia.
Em sete dos oito estudos realizados, as mulheres portuguesas mostraram sempre um menor grau de confiança. Apenas houve uma exceção em 2010, em que os homens se mostraram ligeiramente mais desconfiados do que as mulheres. Em 2016, as mulheres confiaram menos em quase todas as instituições do que os homens. Apenas a polícia merece mais confiança por parte do sexo feminino do que do masculino.
As mulheres portuguesas manifestam ainda um menor grau de satisfação do que os homens com o funcionamento da democracia, com a economia, com a educação, com os serviços de saúde e com a vida em geral.
O ESS foi realizado na Finlândia, Islândia, Noruega, Holanda, Suécia, Alemanha, Áustria, Bélgica, França, Irlanda, Reino Unido, Suíça, República Checa, Eslovénia, Estónia, Federação Russa, Hungria, Lituânia, Israel, Polónia, Espanha, Itália e Portugal.
Pois. Existem estudos para todos os gostos. Duvido de todos eles até porque eu não confio em nenhum partido e ainda menos dos que já passaram pela cadeira do poder e irresponsabilidades. Porque nenhum dos partidos merece confiança. Quem confia neles perdido está.
A gaja moderna portuguesa é uma gaja às direitas, carvalho!
São inteligentes as senhoras. Parabens!!
Neste aspecto, as mulheres têm muita classe ! Não vão na onda esquerdista e oportunista sem limites.