O dirigente socialista Carlos César mostrou-se esta quarta-feira confiante que o novo Governo será para quatro anos, considerando ainda que firmar um acordo com o Bloco de Esquerda seria discriminar os restantes partidos de esquerda.
Considerando que apenas numa situação de “bloqueio” é que o novo Governo socialista deveria sair do poder, Carlos César disse acreditar que o novo Executivo, que António Costa apresentou esta semana ao Chefe de Estado, durará os quatro anos de legislatura.
“A penalização sobre quem ponha em causa a estabilidade política é muito grande por parte dos portugueses (…) Os portugueses não iriam achar graça nenhuma a quem disse ‘deem-me votos para eu segurar este Governo’ e depois deixá-lo cair”, disse, em entrevista à RTP, dando conta que os eleitores não aceitariam bem que o PS deixasse cair o Governo.
Quanto a uma eventual queda do Governo e realização de eleições antecipadas, o socialista considerou que o PS não o deve fazer. “não o deve fazer, a não ser que estivéssemos numa situação de bloqueio. Esses jogos por meras questões eleitorais também seriam penalizados certamente pelo eleitores”, apontou.
Na mesma entrevista, falou dos antigos parceiros de “geringonça”. O PCP, recorde-se, recusou firmar qualquer acordo de legislatura com o PS; o Bloco, por sua vez, mostrou disponibilidade para os dois cenário: um acordo escrito ou aprovação de medida a medida, apesar de afirmar que preferia que um acordo fosse firmado.
“Aquilo que o PCP nos disse, basicamente foi assim: com acordo escrito ou sem acordo escrito o que vale é a nossa palavra. E estamos disponíveis para sem papéis fazermos aquilo que antes fazíamos”, afirmou, antes de dizer que assinar um acordo com o Bloco era discriminar os restantes partidos de esquerda.
“Fazer um acordo com o Bloco de Esquerda era um pouco como fazer uma coligação de interesses à margem dos restantes partidos que também estávamos a tentar convocar para estes próximos anos”, disse.
A mesma posição foi afirmada por Carlos César aos microfones da TSF: “Não rejeitámos o entendimento com o Bloco de Esquerda, optámos por uma das hipóteses que nos foram dadas (…) Se fizéssemos acordo com o Bloco de Esquerda, estaríamos a discriminar os restantes partidos de esquerda“.
Quanto às Presidenciais, que se realizam no próximo ano, Carlos César disse que o atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, é um forte candidato a receber o apoio do PS, notando, contudo, que este apoio não está garantido, precisando de ser avaliado aquando a apresentação de uma eventual candidatura de Marcelo.