Adolfo Mesquita Nunes anunciou este domingo que não será candidato à liderança do CDS. A garantia foi deixada pelo próprio, na sua página pessoal de Facebook, depois de ter sido desafiado por António Pires de Lima a avançar para a sucessão de Assunção Cristas.
“Não serei candidato à liderança do partido, em coerência aliás com uma escolha que fiz em março deste ano, cuja fundamentação se mantém”, escreve o rosto da ala mais liberal do CDS.
Numa declaração curta, Adolfo Mesquita Nunes garante ainda que estará “presente na discussão sobre os desafios do CDS e sobre a necessidade de construir uma alternativa mobilizadora ao socialismo” e que irá ao Congresso do CDS dar conta daquilo que acredita ser o melhor caminho para o CDS.
Em março, abandonou a vice-presidência do CDS e deixou a política ativa para se tornar administrador não-executivo da Galp. Já nessa altura, Adolfo Mesquita Nunes garantia que a sua “felicidade” não passava pela liderança do partido. Agora, e apesar das pressões para avançar, o democrata-cristão manteve a decisão que tinha tomado.
“Tinha como objetivo não falar em público do CDS nem dos seus desafios futuros antes de o fazer no Conselho Nacional do partido, que decorrerá esta quinta-feira. No entanto, o calendário mediático é o que é, pelo que me desviei desse propósito apenas para que ao meu silêncio não pudesse corresponder qualquer significado político de aceitação de um desafio do António Pires de Lima, um amigo, alguém que admiro muito e que é para mim uma referência”, justifica-se ainda Adolfo Mesquita Nunes.
O centrista respondeu assim ao desafio deixado por António Pires de Lima, que numa entrevista à Antena 1 afirmou que queria ver “o talento” de Mesquita Nunes “posto à prova numa função de liderança na política”.
Assunção Cristas anunciou que não se voltaria a candidatar à liderança do CDS, depois de o partido ter sido reduzido a pouco mais de 4% nas eleições legislativas do passado domingo.
João Almeida e Filipe Lobo d’Ávila apresentam uma moção de estratégia global ao Congresso, na qual pode vir uma candidatura à liderança. Já Pedro Mota Soares diz que “não é candidato a nada”.
Telmo Correia é outro dos nomes que alguns não descartam, devido à “experiência governativa” e por ser, a par de João Almeida, um dos cinco deputados eleitos este domingo. Para alguns, ser deputado é um requisito que muitos apontam como essencial para a próxima liderança.