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Adolfo Mesquita Nunes demite-se de vice-presidente do CDS

Adolfo Mesquita Nunes renunciou ao cargo de vice-presidente do CDS, decisão tomada depois de o ex-Secretário de Estado do Turismo ter aceite o convite para ser administrador não-executivo da Galp.

Segundo avançou o Observador, vai manter-se como vereador eleito pelo CDS na Câmara Municipal da Covilhã até acabar o mandato, em 2021, e continuará a coordenar o grupo Portugal com Futuro, que está a preparar o programa de governo que o partido vai apresentar nas legislativas deste ano.

Numa carta enviada no passado fim-de-semana à presidente do CDS, Assunção Cristas, a que o Expresso teve acesso, o centrista deixa claro que a aceitação do convite de Paula Amorim significa uma opção pela carreira profissional, em detrimento da atividade política.

Uma escolha que o próprio já havia sinalizado em entrevista ao Expresso, no ano passado, e que o levou a recusar a possibilidade de se candidatar a deputado nas legislativas de 2015. Agora, dá mais um passo que o distancia da vida política, deixando a direção do CDS em abril, quando inicia funções na Galp.

Segundo escreveu na missiva, o novo posto de trabalho vai retirar-lhe tempo e disponibilidade para desempenhar o cargo de vice-presidente. “É uma atitude que reflete a forma como sempre estive na política”, explicou.

A decisão terá sido tomada depois de uma conversa com a líder do CDS, que diz ao semanário que lamenta, mas compreende a decisão.

“É uma perda, no sentido em que o Adolfo é ótimo e deixa de ser vice-presidente, mas seria mais preocupante se ele não pudesse preparar o programa eleitoral, que é o trabalho mais relevante que está a fazer do ponto de vista partidário”, considerou Assunção Cristas, que salientou que Mesquita Nunes “continua muito comprometido” com a direção do CDS.

Desde que deixou o Governo que Adolfo Mesquita Nunes tem afirmado que a sua prioridade passa pela aposta na carreira profissional e não pela atividade política.

Na carta que enviou a Assunção Cristas, o ex-secretário de Estado do Turismo lembra que, em março de 2016, quando foi desafiado para integrar a direção do CDS, já “tinha tomado a opção, que aliás anunciei publicamente, de voltar para a minha vida profissional e de a ela me dedicar prioritariamente”, lê-se no Expresso.

“Para essa opção”, explicou, “contribuíram motivos vários, sobretudo pessoais, conhecidos de todos os que me são próximos: gosto de pensar políticas públicas e gosto de contribuir para um país com mais liberdade, mas o exercício diário e profissional da política, sobretudo num tempo de sobre-exposição, afasta-se do quotidiano que perspetivo para a minha vida”.

Depois de três anos como vice de Assunção Cristas, elogia a “inspiradora liderança” da presidente do CDS e diz acreditar que, com ela, o partido “será um dia a primeira força”.

TP, ZAP //

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