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MAI ordena inquérito urgente às golas inflamáveis. Proteção Civil pagou o dobro do preço

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Miguel Pereira Da Silva / Lusa

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita

As 70 mil golas anti-fumo, fabricadas com material inflamável e sem tratamento anti-carbonização, foram compradas pela Proteção Civil por mais do dobro do preço normal.

Segundo o Jornal de Notícias, a Proteção Civil pagou mais do dobro, pelas 70 mil golas anti-fumo à empresa Foxtrot Aventuras, do que aquilo que custariam a valores normais.

Por cada uma destas golas, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) deu 1,80 euros, num total de 125 mil euros, mas, de acordo com uma consulta ao mercado feita pelo jornal, o valor por peça ronda entre 63 e 74 cêntimos (com IVA).

A empresa garante que o montante cobrado se deveu à urgência na entrega dos produtos e à dimensão da encomenda, escreve o JN. Para além da gola anti-fumo, os kits são compostos por um colete, um apito, uma bússola e uma lanterna, uma garrafa de água e uma barra de cereais e ainda um conjunto de primeiros socorros e estão a ser distribuídos desde o verão de 2018 em zonas de risco elevado de incêndio no âmbito do programa “Aldeia Segura – Pessoas Seguras”.

Esta sexta-feira, as golas anti-fumo foram notícia, através do mesmo jornal, porque são fabricadas com material inflamável e sem tratamento anti-carbonização e, portanto, “não têm a eficácia que deveriam ter: evitar inalações de fumos através de um efeito de filtro”.

Ao jornal, um representante da Foxtrot Aventura, empresa de Fafe, no distrito de Braga, disse que considerava tratar-se merchandising e que a entidade não referiu que os equipamentos “seriam usados em cenários que envolvem fogo”.

“Propusemos um material ignífugo, de forma a ser resistente ao fogo, mas não quiseram porque era mais caro“, explicou o dono da empresa Ricardo Fernandes, ao Observador.

Em sua defesa, a ANEPC disse que os equipamentos não passam de um “estímulo à implementação local dos programas” e “não são um equipamento de proteção individual”.

Esta sexta-feira, a Sábado também avançou que Ricardo Fernandes, dono da empresa que forneceu as golas, é marido de uma autarca do PS, a presidente da junta de freguesia de Longos, Isilda Silva.

A revista avançou que a empresa foi constituída em dezembro de 2017 e tem como fins “turismo de natureza”, além de “exploração de parque de campismo e caravanismo, exploração de estabelecimentos de restauração e de bebidas, nomeadamente bares e restaurantes, “exploração de mini mercado, comércio, importação e exportação de produtos alimentares, bebidas e tabaco”.

Em apenas uma semana, a empresa celebrou dois contratos com a Proteção Civil no valor de mais de 328 mil euros. Sobre estes valores, a ANEPC assegurou que a Foxtrot Aventura foi a única que apresentou uma proposta, de um total de cinco empresas que convidou para proporem preços para as golas e os kits de emergência.

Em declarações à rádio Observador, o proprietário defendeu-se desta e afirmou: “Quem conhece a minha esposa e a minha empresa sabe que isso é impensável. Se soubesse que isto ia ter implicações para ela jamais ia concorrer a este concurso“.

MAI ordena “inquérito urgente”

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, mandou hoje abrir um inquérito urgente sobre contratação de material de sensibilização para incêndios, na sequência das notícias sobre as golas anti-fumo.

Em comunicado, o Ministério da Administração Interna (MAI) diz que, “face às notícias publicadas sobre aspetos contratuais relativamente ao material de sensibilização, o ministro da Administração Interna pediu esclarecimentos à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e determinou a abertura de um inquérito urgente à Inspeção-Geral da Administração Interna”.

Questionado pelos jornalistas, em Mafra, o ministro da Administração Interna mostrou-se indignado em relação às críticas feitas à Proteção Civil sobre os kits distribuídos às populações, assegurando que a distribuição das golas antifumo não põe em causa nem o projeto nem a segurança das pessoas.

“É absolutamente irresponsável e alarmista responsabilizar um programa que envolve 1600 aldeias e autarcas por todo o país. Para que saiba quais são os abrigos, quais são os comportamentos de risco”, disse o governante.

ZAP //

20 Comments

  1. Vale a pena comentar??????

    Convida-se uma empresa de TURISMO para fornecer kits de protecção anti-incendio e anti-fumo???
    E já agora, paga-se o dobro dos valores de mercado, pela urgência (ainda vá…) e pela dimensão da encomenda????? Normalmente, quanto mais peças se encomenda, menor é o preço por peça….

    É gozar com leis, regras e com o Zé…. é tudo à fartazana…..

    Ah… obviamente è só um acaso que o dono da empresa seja familiar de alguém ligado à política.

  2. Como é do nosso bolso que sai o dinheiro, isto quer dizer que oferecemos aos nossos compatriotas das aldeias material que os pode matar. Há que processar os contribuintes!

      • Lá vem esta do partido das bancarrotas, meter o bedelho. Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és. Fala é desta vigarice em concreto e deixa-te de compensatórios sem nexo.

  3. O nosso dinheiro dá para tudo, até para golas inflamáveis a mais do dobro do preço de mercado diz:

    Já prenderam alguém? Do que esperam?!

  4. Mais um sinal de que a corrupção neste pais não tem limite… inacreditável, até quando isto vais continuar??? E qual é que vai ser o primeiro politico a servir de exemplo para terminar com a corrupção??
    Morte á corrupção e a todos os que a seguem.

  5. Eduardo Cabrita mandou abrir um inquérito pra saber quem mandou fabricar golas inflamáveis que não servem no seu triplo queixo.

  6. Obviamente que as golas e Kit’s de protecção se encontram na mesma linha da rede SIRESP……
    Aposto que nas letras pequeninas também está
    “Não usar em caso de emergência”

  7. Vocês vão ver. A corja governante está já a arranjar (inquérito) para sacudir a água do capote. É a táctica habitual do indiano, mas o povo já se vai apercebendo das suas confrangedoras limitações em termos executivos.

  8. Isto é gravíssimo. Enquanto o país ardia, o ministro andava a meter dinheiro no bolso de um casal socialista de Guimarães. Comprou-lhes o material propagandístico (para pôr ao lixo) ao dobro do preço ! A Justiça tem que intervir, quanto antes, neste caso, pois pode indiciar corrupção do ministro. Poderá mesmo entender-se que levando o fornecedor o dobro do preço, haveria ali uma margem para posteriormente (como paga) meter no bolso do ministro.

  9. Se era merchandising qual era a urgência?
    Estes gajos pensam que andamos todos a comer gelados com a testa?!!!
    I N C O M P E T E N T E S!!!!!!!!!!!!!!!
    TODOS!!!!!
    Desde o CDS ao BE!
    Assim como todas as instituições, públicas e privadas que têm por sua conta!
    Tudo corrido dai p’ra fora! Andor!
    Siga!

  10. Tenham calma… o propósito xuxa é ajudar os pobres.
    Bora votar neles que as Begonhas e demais incompetentes precisam de poiso bem pago…
    Mais estado é mais incompetentes e negociatas à pala do contribuinte!
    Vota xuxa rumo à bancarrota!

  11. Costa não sabia de nada sobre Sócrates (embora tenha sido seu nº 2 do governo)!
    Costa não sabia de nada sobre o roubo de Tancos (nem nunca falou o ministro a esse respeito – mas considerava-o muito honesto).
    Costa não sabia de nada quanto à estrada de Borba, que estava considerada zona de risco
    Costa não sabia de nada que havia quase 40 pessoas com relação familiar no seu governo
    Costa considerou que o culpado nos incêndios de 2017, foi o Siresp, mas como ele agora já é do Estado, a culpa dos incêndios deste ano, foram os presidentes de câmara.
    Vieira da Silva não sabia de nada quanto á Raríssimas (mas soube desviar milhares para sogra)
    Cabrita não sabia de nada do recente cambalacho socialista que lhe gastou milhares do seu ministério

  12. O Cabreta está envolto numa nuvem de fumo. Os incendiários são criminosos e os criminosos têm que ir para a cadeia não é fazer de conta que não fizeram nada e ficam em liberdade . Gastos desnecessários sacados dos nossos bolsos . muitos prejuízos , feridos e mortes. Se fosse o D. Afonso Henriques já os tinha todos pendurados no Castelo de Guimarães.
    Então como é ?

  13. É só labaredas e fumo. Aldeia segura e kits a caminho. Agarraram os incendiários pelos fundilhos das calças mas não os prenderam.Os Bombeiros portugueses são os que defendem e têm esta causa na mão. São a melhor referência de Portugal . Não me venham com a história da proteção civil.

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