Duas pessoas foram esta terça-feira detidas por suspeitas de tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal e angariação de mão de obra ilegal numa operação em Alcácer do Sal e Beja, adiantou o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Em comunicado, o SEF refere ainda que deu cumprimento a “três mandados de busca domiciliária e seis mandados de busca a viaturas”.
“A operação ‘Fratello (irmão)’ decorreu nas zonas de Alcácer do Sal e de Beja e levou à identificação de 15 cidadãos de nacionalidade estrangeira, oriundos do Leste europeu, os quais viviam, na sua maioria, sujeitos a condições degradantes no que diz respeito às condições de trabalho, alojamento e salubridade.
Trata-se de vítimas de exploração laboral, na sua maioria do sexo masculino. Os cidadãos foram devidamente sinalizados como vítimas de tráfico de seres humanos, tendo sido disponibilizado todo o apoio necessário”, adiantou o SEF.
Segundo esta polícia, que mobilizou 24 elementos para esta operação, estiveram também presentes elementos da Rede de Apoio à Vítima, do Alentejo, “de forma a garantir o tratamento adequado das situações ali detectadas”.
O comunicado do SEF adianta que os dois detidos são irmãos, cidadãos “oriundos do leste da Europa”, e que “recrutavam os trabalhadores a partir dos países de origem, através do aliciamento por melhores condições de vida”.
“Já em território nacional as vítimas acabavam por ser exploradas em herdades agrícolas, na preparação da campanha da azeitona. Muitos deles acabaram privados da respetiva remuneração e com recurso a violência física”, acrescenta o documento.
O SEF adianta que, “durante as buscas, foi apreendido diverso material de prova da actividade criminosa, como dinheiro, telemóveis e computadores portáteis, assim como 11.000 cigarros artesanais, agrupados em maços de 20, que eram vendidos aos trabalhadores, cujo valor era deduzido dos salários”.
Os detidos serão presentes hoje “ao tribunal competente para aplicação das respetivas medidas de coação”. “Trata-se de uma investigação delegada no SEF pelo Ministério Público de Évora, com origem numa denúncia. No decorrer desta investigação já haviam sido sinalizadas outras cinco vítimas de tráfico, as quais se encontram atualmente em casas seguras”, adianta ainda o comunicado.
// Lusa