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Meses antes do acidente, piloto da Ethiopian avisou superiores dos riscos de voar com Boeing 737 Max

STR / EPA

No final do ano passado, um piloto da Ethiopian Airlines terá alertado os seus superiores para os riscos de voar com aviões 737 Max da Boeing.

De acordo com a Bloomberg News, a 13 de dezembro, escreveu mesmo que aconteceria “um acidente de certeza” se nada fosse feito. Três meses depois, um avião desse modelo da companhia aérea despenhou-se durante uma viagem da Etiópia para o Quénia, causando a morte de 157 pessoas.

A troca de correspondência entre o então piloto da Ethiopian Airlines, Bernd Kai von Hoesslin, e os seus superiores, chegou à posse do jornal, que teve acesso a 418 páginas de documentos e comunicações. Estas começaram depois do primeiro grande acidente com um avião deste modelo, que integrava a frota da transportadora Lion Air e que se despenhou na Indonésia a 29 de outubro. Morreram 189 pessoas.

Os avisos foram muitos. Bernd Kai von Hoesslin alertou os seus superiores hierárquicos para os problemas relativos à pilotagem destes aviões, nomeadamente a insuficiência do treino dado aos pilotos para voarem com novos sistemas de aviação deste modelo e a má comunicação entre membros da tripulação. Esta aconteceria em situações de urgência provocadas por avarias, como a que aconteceu com o avião da Lion Air em outubro.

O piloto tinha uma preocupação em particular: a resposta que os pilotos não estavam preparados para dar caso o sistema de controlo automático de voo dos aviões deste modelo voltasse a dar problemas e os pilotos recebessem avisos no cockpit de que estavam a voar demasiado perto do chão.

Embora o acidente de março tenha “acontecido de maneira diferente daquela que foi descrita” pelo piloto, “previu com precisão o caos e o perigo que resultaria dos múltiplos avisos no cockpit com os quais os pilotos tiveram de lidar no acidente de março”, que provocou a morte de 157 pessoas, aponta a Bloomberg News.

O então piloto “citou um conjunto de preocupações que disse que precisavam de ser enfrentadas relativas à manutenção, ao descanso dos pilotos e aos procedimentos operacionais”.

ZAP //

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