Donald Trump assinou esta quarta-feira um decreto que impede as empresas norte-americanas de utilizarem equipamentos de telecomunicações produzidos por empresas estrangeiras que coloquem em risco a segurança nacional, uma medida que parece visar a chinesa Huawei.
O Presidente norte-americano declarou “emergência nacional” para firmar o decreto que atinge em particular a gigante chinesa das telecomunicações Huawei. O documento decorre do Emergency Economic Powers Act, uma lei que confere a a Donald Trump autoridade para regular o comércio quando estão em causa ameaças à segurança nacional.
De acordo com a Casa Branca, esta decisão tem como objetivo proteger os Estados Unidos “dos adversários estrangeiros que exploram cada vez mais as vulnerabilidades da infraestrutura, dos serviços de tecnologia da informação e das comunicações” no país.
O decreto presidencial visa também responder a “atos criminosos favorecidos pela Internet, incluindo espionagem económica e industrial contra os Estados Unidos e a sua população”.
Apesar de o documento assinado não nomear especificamente nenhum país ou empresa, as autoridades norte-americanas têm-se referido à chinesa Huawei como uma “ameaça” e têm apelado ativamente aos aliados para que não usem o equipamento desta empresa.
Perante a possibilidade de um decreto neste sentido, as autoridades chinesas já tinham denunciado o abuso de poder por parte de Washington para eliminar as empresas chinesas da livre concorrência. “Há algum tempo os EUA abusam do seu poder para desacreditar deliberadamente as companhias chinesas e fazê-las retroceder a todo custo, o que não é justo ou respeitável”, disse Geng Shuang, um porta-voz da diplomacia chinesa.
O responsável acusou Washington de recorrer ao “pretexto da segurança nacional” para evitar que as companhias chinesas ganhem mercado nos Estados Unidos.
No início do ano, a Justiça norte-americana acusou formalmente a Huawei de 23 crimes, incluindo fraude bancária, obstrução à justiça, conspiração contra os Estados Unidos, violação das sanções contra o Irão e roubo de propriedade industrial.
A gigante chinesa tornou-se, nos últimos anos, líder na tecnologia de redes 5G e vários Governos, como o alemão, não seguiram as orientações norte-americanas e afirmam que não dispensarão os serviços e o know-how da empresa chinesa, adianta o Público.
Donald Trump tem criticado precisamente a Alemanha pela sua política comercial, quer em relação à China, na área tecnológica, quer relativamente à Rússia, no setor energético.
Democracia, lei, livre concorrência; o que é isso?!
O Trump pensa que está em sua casa e faz o que lhe apetece… havia de ser bonito se fizessem o mesmo às empresas americanas pelo mundo fora!…