Vítor Teles, membro do CDS-PP na Assembleia de Freguesia de Arroios e um dos autores da proposta da instalação de passadeiras arco-íris nesta localidade, apresentou um pedido para se desfiliar do partido esta quinta-feira.
“Aceito com humildade e de bem com a minha consciência o demarcar do partido, que acreditei ser pluralista, e por isso apresentei na presente data ao Presidente da Concelhia de Lisboa o meu pedido de desfiliação do CDS e renuncia ao cargo de vogal do Conselho de Jurisdição da Distrital de Lisboa com efeitos imediatos”, pode ler-se numa publicação na sua página oficial de Facebook.
A decisão de Vítor Teles surgiu depois de um comunicado da presidente do CDS, Assunção Cristas, e do presidente da concelhia lisboeta, Diogo Moura, que se demarcavam da iniciativa que tinha como objetivo a assinalar o Dia Internacional de Luta contra a Homofobia e Transfobia.
O ex-militante e antigo dirigente do CDSA adiantou que irá manter-se “na qualidade de independente, como membro da Assembleia de Freguesia de Arroios”, por “dever de cidadania para com todos os fregueses”. Vítor Teles diz ainda que continuará a bater-se “pelos valores da democracia cristã” em que acredita.
Vítor Teles escreve ainda esperar “serenamente pela atitude que tomarão os vereadores do CDS que votaram favoravelmente em 27 de Fevereiro de 2019 na Câmara Municipal de Lisboa a criação em Arroios da ‘Casa da Diversidade’ e ‘Centro de Acolhimento LGBTI’”, tendo em conta que o partido “rejeita políticas identitárias” e “rejeita qualquer metodologia velada de as impor a expensas dos contribuintes”.
A proposta em causa, que contou também com a participação de Frederico Sapage Pereira, foi aprovada pela Assembleia de Freguesia de Arroios. No entanto, a iniciativa não poderá ser levada a cabo, tal como foi confirmado pela presidente da Junta de Freguesia, a socialista Margarida Martins, por as passadeiras com as cores do arco-íris contrariarem o Código da Estrada.