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Mandar jornalista tomar banho sai caro. Advogado de Sócrates condenado a multa e indemnização

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José Sena Goulão / Lusa

João Araújo, advogado do ex-primeiro-ministro José Sócrates

João Araújo foi condenado em tribunal ao pagamento de 12.600 euros por difamação e injúria. A Ordem dos Advogados ainda não decidiu se o punirá.

O advogado João Araújo, que representa o ex-primeiro ministro José Sócrates foi condenado ao pagamento de multa e de indemnização pelos crimes de difamação agravada e injúria agravada à jornalista Tânia Laranjo, do Correio da Manhã e da CMTV.

Já a Ordem dos Advogados, que recebeu uma participação disciplinar da repórter, ainda não decidiu se irá punir o advogado, apesar de os factos remontarem há quatro anos.

Tânia Laranjo decidiu, em março de 2015, apresentar uma queixa-crime e outra à Ordem dos Advogados contra João Araújo por este se ter dirigido à jornalista no final da apreciação do pedido de habeas corpus pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) em que lhe sugeriu que “tomasse mais banho” porque “cheira mal”.

Segundo a decisão do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, proferida na quarta-feira e que a Lusa teve acesso, João Araújo foi condenado a 130 dias de multa pelo crime de difamação agravada e a 140 dias pelo ilícito de injúria agravada, tendo, em cúmulo jurídico, sido condenado a uma pena de 230 dias de multa à taxa diária de 20 euros, perfazendo 4.600 euros.

A decisão julga “parcialmente procedente” o pedido de indemnização cível feito pela jornalista e condena o arguido a pagar à queixosa oito mil euros, acrescida de juros, calculados à taxa legal.

O advogado foi absolvido do remanescente do pedido de indemnização cível (foram pedidos 25.000 euros), mas condenado ao pagamento das custas judiciais.

As declarações de João Araújo ocorreram junto ao edifício do STJ, a 16 de março de 2015, dia em que foi analisado e rejeitado o pedido de libertação imediata (habeas corpus) de José Sócrates apresentado pela defesa do ex-primeiro-ministro, num caso que teve como relator o juiz conselheiro Santos Cabral e conhecido como Operação Marquês.

Contactado pelo Público, João Araújo não quis falar sobre a sentença, da qual ainda pode recorrer. O conselho de deontologia de Lisboa da Ordem dos Advogados também não respondeu ao diário durante a última semana por que a razão ainda não tomou uma decisão sobre o assunto.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Está mal!!
    Uma indemnização por fazer uma sugestão?!
    A tal totinha da CMTV, além de não ser jornalista, cheira mesmo mal!…

  2. Os advogados pensam que podem tudo (fazer e dizer). Pior que eles só os juízes (mas estes últimos pelo menos costumam ser mais recatados e cautelosos).
    Acho bem estes “senhores doutores” terem tento na língua, como os demais cidadãos.

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