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PSD/Açores fica de fora das listas para as Europeias (e ameaça não fazer campanha)

O líder do PSD/Açores, Alexandre Gaudêncio, acusou a direção nacional do partido de dar “um papel de segunda” à estrutura, ao oferecer o oitavo lugar na lista às europeias, e admite que poderá não haver campanha no arquipélago.

A Comissão Política Nacional aprovou o princípio de que nas eleições europeias as regiões autónomas passam a ter um lugar nos lugares eleitos no mandato anterior e outro num “lugar importante”, tendo atribuído à Madeira o sexto lugar e aos Açores o oitavo, considerado já de muito difícil eleição.

Rui Rio colocou a Madeira e os Açores no mesmo pacote e representados pela mesma pessoa, Cláudia Monteiro Aguiar. “Cabe este ano à Madeira representar as regiões ultraperiféricas e caberá ao gabinete da deputada Cláudia Monteiro de Aguiar integrar pessoas dos Açores”, disse, citado pela TSF.

No entanto, na lista final, no entender da direção regional, “os Açores são relegados para um papel de segunda.” Ora, para Gaudêncio “os Açores têm um papel fundamental na construção da União Europeia” e lembrou, recorda o Observador, que no seu cargo defende “primeiro os interesses dos Açores e só depois do partido”. Assim, nunca poderiam aceitar o lugar que foi atribuído à região autónoma.

“A primeira consequência é não indicarmos ninguém, porque não aceitamos lugares de segunda”, afirmou Alexandre Gaudêncio, em declarações aos jornalistas à entrada para o Conselho Nacional do PSD destinado a aprovar a lista das europeias, em Coimbra.

O líder do PSD/Açores salientou que existia a “legítima expectativa” de a região ter um lugar elegível, quer devido à tradição existente no partido, quer pelo nome que indicaram, o antigo presidente da Assembleia da República João Bosco Mota Amaral.

“Infelizmente, esta tradição foi quebrada hoje, dissemo-lo olhos nos olhos em frente ao líder do partido e em frente de toda a direção nacional que, a partir deste momento, irá haver consequências políticas em relação à própria campanha das europeias”, afirmou.

Alexandre Gaudêncio disse que as consequências ainda serão discutidas internamente, mas admitiu que “provavelmente será não fazer qualquer campanha política nos Açores”.

Paulo Rangel, que encabeça a lista do PSD às europeias, diz que não concorda, mas respeita a posição da Comissão Política Regional dos Açores. O líder da lista do PSD às europeias assegura que, mesmo assim, vai ao arquipélago fazer campanha e diz que é normal que haja sempre algum setor do partido menos contente nestes momentos.

Lista do PSD aprovada com 91% a favor

O Conselho Nacional do PSD aprovou esta quinta-feira a lista de candidatos ao Parlamento Europeu por 91% de votos a favor, numa votação que decorreu por método secreto, após requerimento do líder do PSD/Lisboa.

O resultado – 70 votos a favor e 7 contra, foi anunciado pelo cabeça de lista do PSD às europeias, Paulo Rangel, perto das 02h00, no final de uma reunião que começou pouco depois das 21h00.

O deputado e presidente da distrital de Lisboa, Pedro Pinto, apresentou um requerimento para que a votação fosse feita de forma secreta e não aceitou retirá-lo, apesar do apelo de Rui Rio para que o fizesse para “não criar constrangimentos”.

O presidente do PSD anunciou a proposta da Comissão Política – votada pelo Conselho Nacional – para as europeias, que será encabeçada pelo eurodeputado Paulo Rangel e terá como número dois a líder da juventude do Partido Popular Europeu, Lídia Pereira.

O PSD vai apresentar às próximas europeias uma lista paritária, que integra como número três o atual eurodeputado José Manuel Fernandes, a ex-ministra Graça Carvalho em quarto e o presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, em quinto.

A eurodeputada Cláudia Aguiar, indicada pela Madeira, será a sexta candidata do PSD ao Parlamento Europeu, seguida, no sétimo lugar – já considerado de eleição incerta – pelo atual eurodeputado Carlos Coelho.

Há cinco anos, o PSD concorreu às europeias em coligação com o CDS-PP e ficou em segundo lugar com 26,7% (7 eurodeputados, seis do PSD), atrás do Partido Socialista.

ZAP // Lusa

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