O Parlamento britânico chumbou, por uma esmagadora maioria, o acordo de saída da União Europeia negociado pela primeira-ministra Theresa May. O líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, aproveitou a derrota histórica de May para apresentar uma moção de censura.
Os deputados do Parlamento britânico chumbaram esta terça-feira o acordo assinado entre Theresa May e a União Europeia para o Brexit. Nesta votação, que arrancou às 19h00, a primeira-ministra precisava de 318 votos a favor para fazer aprovar o seu plano.
Mas, naquela que é agora a maior derrota parlamentar de um governo britânico em 100 anos, o Parlamento do Reino Unido rejeitou por esmagadora maioria o plano da primeira-ministra para o Brexit – a saída do país da União Europeia.
O plano de May recebeu o apoio de 202 votos, contra 432 votos de deputados que rejeitaram o acordo proposto – o que significa que 118 deputados do próprio Partido Conservador, da primeira-ministra, votaram contra o seu plano.
“O voto de hoje não é sobre o que é melhor para o líder da oposição, é sobre o que é melhor para o país”, disse Theresa May no final do debate e momentos antes da votação, referindo que “uma saída sem acordo não foi o que os britânicos votaram”, e um segundo referendo daria origem a “mais 2 meses de incerteza e divisão”.
Moção de censura de Corbyn
“Esta é um derrota catastrófica para este governo. O Parlamento entregou o seu veredito sobre o acordo dela. Atrasar e negar chegou ao fim da linha. Anuncio que vou submeter uma moção de censura contra este governo“, anunciou Jeremy Corbyn, líder do partido trabalhista Labour, na oposição.
O texto da moção de Corbyn garantiu o apoio de todos os partidos da oposição – Partido Trabalhista, SNP, Liberais Democratas, Verdes e Plaid Cymru.
A moção de censura trabalhista, que poderá fazer cair de imediato o governo de Theresa May, será votada já esta quarta-feira. Se a moção de censura for aprovada, o Parlamento tem 15 dias para encontrar um governo alternativo que reúna o apoio da Câmara e evitar eleições antecipadas.
Quem tem “coragem de dizer a única solução positiva”?
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reagiu aos resultados da votação no Twitter, lamentando a rejeição do acordo e deixando um aviso: “O tempo está a esgotar-se.”
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, por seu turno, reagiu à rejeição do acordo de saída do Reino Unido da União Europeia pelo parlamento britânico questionando quem terá a “coragem de dizer qual é a única solução positiva”.
“Se um acordo é impossível, e ninguém quer um «não acordo», então quem terá finalmente a coragem de dizer qual é a única solução positiva?”, escreveu Tusk na sua conta oficial na rede social Twitter.
A mensagem de Tusk foi publicada imediatamente após ser conhecido o resultado da votação na Câmara dos Comuns, que rejeitou de forma expressiva o acordo de saída negociado entre o Governo da primeira-ministra Theresa May e a União Europeia (432 votos contra e somente 202 a favor).
Esta é para já a única reacção do presidente do Conselho Europeu, que poderá convocar para breve uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da União a 27 para discutir os passos a seguir após o “chumbo” de hoje.
ZAP // Lusa
Resta aos ingleses fazer marcha atrás e desistir de sair da UE.
A saída do Reino Unido da Europa tem tudo para correr mal, para o Reino Unido e para os Ingleses (está claro).
Ja fizeram os estragos todos no euro, portanto agora é obrigar a sair no tempo que está estipulado no tratado de Lisboa ou se ficam, ficam como todos os outros, com euro em vez de libra e deixam de gozar com todos europeus.