A recolha de fundos online para financiamento da “greve cirúrgica” dos enfermeiros, com início previsto para segunda-feira, ultrapassou hoje os 400 mil euros, a meta pretendida.
Um movimento de enfermeiros lançou uma nova recolha de dinheiro numa plataforma online para ajudar a financiar os colegas durante a próxima paralisação, marcada para esta segunda-feira. Às 11 horas deste sábado, o valor recolhido estava nos 400.777 euros. Para a nova paralisação, a recolha decorre até segunda-feira.
A greve convocada para segunda-feira segue o modelo da que já ocorreu entre 22 de novembro e 31 de dezembro, altura em que um movimento de enfermeiros lançou uma recolha de dinheiro numa plataforma online para ajudar a financiar os colegas durante a paralisação. Na ocasião, a recolha de fundos atingiu 360 mil euros.
O financiamento colaborativo, ou crowdfunding, permite o financiamento de entidades, nomeadamente pessoas coletiva, das suas atividades e projetos, através do seu registo em plataformas eletrónicas acessíveis na Internet, com o objetivo de angariar investimento proveniente de investidores individuais.
O crowdfunding é regulado pelo Regime Jurídico do Financiamento Colaborativo, previsto na Lei 102/2015, de 24 de agosto, com as alterações introduzidas pela Lei nº 3/2018, de 09 de fevereiro.
Existem várias modalidades de financiamento colaborativo: donativo, recompensa, capital e empréstimo, sendo que os enfermeiros recorreram ao financiamento colaborativo através de donativo, sem entrega de contrapartida pecuniária.
Na sexta-feira a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros, ASPE, disse à Lusa que os sindicatos de enfermeiros mantêm a “greve cirúrgica” com início previsto para segunda-feira, mas admitem suspendê-la se o Governo confirmar antes do arranque da paralisação uma nova reunião negocial a 17 de janeiro.
“Neste momento, nós comprometemo-nos a suspender a greve caso nos seja confirmada a reunião de dia 17 com os dois ministérios, Saúde e Finanças, e com esta mesa negocial para tentarmos de facto chegarmos a um compromisso”, disse Lúcia Leite, dirigente da ASPE, à Lusa.
Nesta segunda greve cirúrgica dos enfermeiros, a decorrer entre 14 de janeiro e 28 de fevereiro, a paralisação poderá afetar blocos cirúrgicos de sete centros hospitalares: os dois centros do Porto, Braga, Vila Nova de Gaia/Espinho, Entre Douro e Vouga, Tondela/Viseu e Garcia de Orta.
// Lusa