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Presenças-fantasma. César desafiou e Negrão acusou-o de não ter moral para falar

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Manuel de Almeida / Lusa

O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão

O líder parlamentar do PSD não gostou de ouvir o presidente da bancada do PS a dizer que deputado seu com uma falsa presença não se manteria no grupo. Negrão ripostou com o caso das viagens às ilhas.

Fernando Negrão admitiu que a deputada Mercês Borges, que esta quinta-feira se demitiu dos cargos na bancada social-democrata, teve um “comportamento menos adequado” após as notícias de que votou no Orçamento por Barreiras Duarte. Mas remeteu para o Conselho de Jurisdição Nacional do PSD a decisão sobre o mandato de deputada.

“Sobre a renúncia, só ela pode dizer”, respondeu Negrão, citado pelo Observador, em relação à manutenção de Mercês Borges como deputada. A decisão é “do Conselho de Jurisdição, a direção da bancada não o pode fazer”, disse o deputado que não “prevê outros casos” da mesma natureza na sua bancada embora “não possa garantir a 100%” que isso não venha a acontecer.

A decisão de Mercês Borges de se afastar dos cargos que tinha na bancada parlamentar foi iniciativa da deputada, confirmou Negrão, que disse que a social-democrata “achou que havia razões” para se demitir. “Não seria eu a contrariar porque também acho que, a confirmar-se, houve aqui um comportamento menos adequado e, por isso, aceitei a demissão”, acrescentou.

Negrão contra-ataca César com viagens às ilhas

Esta quinta-feira, o socialista Carlos César veio comentar o caso, condenando os deputados que “têm comportamentos fraudulentos”.

“Nos casos em que os deputados têm comportamentos fraudulentos, que felizmente são poucos, entendo que não pode deixar de haver alguma atitude sancionatória. Se se colocasse no nosso caso alguma das situações de que tenho ouvido falar, acho que essas pessoas não tinham o direito de permanecer no âmbito do Grupo Parlamentar do PS”, disse o líder parlamentar socialista.

Fernando Negrão não gostou de ouvir estas palavras e, quando confrontado pelos jornalistas com as declarações do socialista, o líder da bancada do PSD ressuscitou o caso das viagens dos deputados das ilhas que acumularam compensações do Parlamento com o reembolso dos bilhetes de avião para irem a casa.

“É muito curioso. Parece que só há um problema na Assembleia da República a respeito destes comportamentos irregulares, que são as questões das passwords. Mas há também a questão das viagens para as regiões autónomas”, recordou Negrão que atirou a César: “Todos nós sabemos que Carlos César tem um problema ainda não esclarecido quanto ao reembolso das viagens”. “Se nós aplicarmos o princípio por ele enunciado, o deputado Carlos César, presidente do grupo parlamentar do PS, já não seria deputado”, concluiu.

ZAP //

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2 Comments

  1. Que cómico esse Negrão, a comparar algo totalmente diferente.
    O que o tipo do PS fez não é ilegal e está previsto nas regras da assembleia da republica, não acho que seja correto, mas não é ilegal.
    Por outro lado, o que os inúmeros deputados do PSD fizeram é ilegal e está a ser investigado pelo MP de forma a serem constituídos arguidos.
    Parece-me que esse Negrão não percebeu bem a gravidade dos actos que os seus colegas deputados tiveram, e não foi inadvertidamente como foi dito pelos mesmos, ninguém faz uma votação ou uma validação de presença inadvertidamente, não gozem com os Portugueses, assumam ao menos as suas responsabilidades!

  2. Receber mais 500 € por semana para pagar uma viagem de menos de 200 €, que raramente acontece a alguém que ganha por mês mais de 3500 € base, parece-me bastante ilegal. A regra que permite isso parece-me bastante ladra. E os deputados defendem que repor a ética passa pelo aumento de salários dos próprios. Negrão à beira de César é um rebelde adolescente.

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