O presidente da Ucrânia anunciou, esta sexta-feira, que a entrada no país de russos, do sexo masculino, com idades entre os 16 e os 60 anos está proibida para evitar a formação de “exércitos privados”.
A medida surge na sequência do agravamento da tensão entre a Ucrânia e a Rússia, que começou no domingo, quando a Marinha russa abriu fogo e apreendeu três embarcações da Armada ucraniana, ao largo da Península da Crimeia.
De acordo com uma mensagem do chefe de Estado, Petro Poroshenko, transmitida hoje através do Twitter, a restrição imposta aos cidadãos russos tem como objetivo prevenir a formação de “exércitos privados” que possam vir a operar em solo ucraniano.
No início da semana, o Parlamento de Kiev aprovou a instauração da Lei Marcial como resposta aos acontecimentos no Mar de Azov, ao largo da Crimeia.
Entretanto, fontes oficiais russas disseram que, dos 24 ucranianos detidos, três comandantes dos navios da Armada ucraniana presos no domingo vão ser transferidos para Moscovo, para serem interrogados enquanto que os restantes 21 tripulantes vão continuar detidos na Crimeia, território ocupado e anexado pela Rússia em 2014.
As autoridades judiciais russas na Crimeia já decretaram que vão manter detidos os militares da Armada da Ucrânia durante os próximos dois meses para investigações.
Segundo a Rússia, os navios ucranianos entraram em água territoriais sem autorização apesar de Kiev afirmar que as embarcações não cometeram qualquer irregularidade face ao direito marítimo internacional.
A Ucrânia e a Rússia estão desde domingo envolvidas no seu pior braço-de-ferro desde há vários anos, tendo o presidente ucraniano acusado esta terça-feira a Rússia de ter reforçado drasticamente a sua presença militar na fronteira com a Ucrânia e referiu a ameaça de uma “guerra total” com Moscovo.