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Trump ridiculariza testemunho de Ford, uma das mulheres que acusa Kavanaugh de abuso sexual

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Brandon Dill / EPA

O Presidente dos Estados Unidos questionou esta terça-feira, em tom de troça, o testemunho de Christine Ford, uma das mulheres que acusa o juiz conservador Brett Kavanaugh – nomeado por Donald Trump – de abuso sexual.

Durante um comício no estado norte-americano do Mississipi na noite desta terça-feira, Trump pôs em causa a versão dos acontecimentos contados por Christine Blasey Ford, a professora universitária que, sob juramento perante o Comité de Justiça do Senado, foi interrogada na semana passada sobre a alegada agressão sexual.

“Como chegou a casa? ‘Não me lembro’. Como chegou lá? ‘Não me lembro’. Onde era? ‘Não me lembro’. Há quantos anos aconteceu? ‘Não sei'”, disse Trump, numa tentativa de descredibilizar e ridicularizar as respostas de Ford na audiência.

E prosseguiu: “Em que bairro era? ‘Não sei’. Onde estava a casa? ‘Não sei’. No andar de cima, no andar de baixo? ‘Não sei, mas bebi uma cerveja. Isso é a única coisa que lembro'”, acrescentou o Presidente com ironia.

“Não sei, mas bebi uma cerveja. Esta é a única coisa que me lembro. E a vida de um homem está feita em pedaço”, imitou Trump, arrancando aplausos e risos do público.

Além disso, sublinhou Trump, as declarações de Ford destroçaram o juiz “Kavanaugh e a a sua família”. O Presidente norte-americano foi ainda mais longe, afirmando que os que promoveram esta situação – referindo-se aos democratas – “são pessoas más“.

Ataque “cruel, vil e sem alma”

Michael R. Bromwich, advogado de Christine Blasey Ford, considerou que as declarações de Trump foram um “ataque cruel, vil e sem alma” contra a sua cliente.

“É de admirar que [Ford] esteja apavorada por se chegar à frente e que outras vítimas de agressão sexual também o estejam? [Ford] é um exemplo notável de coragem. [Trump] é um exemplo de cobardia”, pode ler-se no seu Twitter.

A professora universitária declarou na semana passada estar completamente segura que Kavanaugh tentou violá-la no verão de 1982. A sua denúncia fez com que o FBI reabrisse uma investigação ao juiz conservador antes que o Senado confirme o seu nome para o posto vitalício no Supremo Tribunal, para o qual foi nomeado por Donald Trump.

Além de Christine Ford, pelo menos outras duas mulheres denunciaram o juiz por abusos sexuais, e pessoas próximas de Kavanaugh afirmaram também que o juiz não estava a ser verdadeiro nas suas declarações.

Donald Trump tem reiterado por diversas vezes o seu apoio a Kavanaugh. Logo após a audição da semana passada, o Presidente norte-americano elogiou o discurso “poderoso, honesto e firme” do seu nomeado.

“O juiz Kavanaugh mostrou à América exatamente porque é que o nomeei. O seu testemunho foi poderoso, honesto e firme. A estratégia democrata de busca e destruição foi uma vergonha e este processo foi uma fraude total e uma tentativa de atrasar, obstruir e resistir. O Senado deve votar!”, escreveu Donald Trump.

Na passada sexta-feira, o Comité Judicial do Senado aprovou a nomeação de Brett Kavanaugh numa votação preliminar e de recomendação, cabendo agora à câmara alta do Congresso norte-americano confirmar o nome do magistrado.

ZAP // EFE

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2 Comments

  1. “Fumo e espelhos” , tudo orquestrado pelos democratas, só não vê quem não quer ou é desinformado e que só vê um lado da moeda…Tão óbvio…

  2. É ouvirem as declaracoes da Ford. Num tom monocórdico, totalmente fake, e no fim estava-se a rir. A esquerda americana é completamente corrupta e corrompe para conseguir o que quer

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