A formação no uso de desfibrilhadores deverá ser obrigatória para quem tirar a carta de condução, alunos do ensino secundário e dos cursos de Ciências da Saúde e do desporto, bem como para vários grupos profissionais.
A recomendação de formação em suporte básico de vida (SBV) e desfibrilhação automática externa (DAE) consta de um relatório do INEM, onde são feitas várias recomendações, segundo noticia esta quarta-feira o Jornal de Notícias na sua edição impressa.
O relatório foi realizado por um grupo de trabalho criado pelo Ministério da Saúde para estudar a requalificação do Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa de 2009 e está em discussão pública até dia 27 de agosto.
O objetivo passa por formar mais pessoas para que estejam aptas para lidar com paragens cardiorrespiratórias e assim salvar vidas.
No documento é destacado que a desfibrilhação deve continuar a ser enquadrada em programas organizados e manuseada por operacionais treinados e licenciados, de acordo com a lei.
“Contudo, no momento atual estão reunidas as condições de segurança para que, em situações particulares, o manuseio do DAE possa ser feito por cidadãos não treinados, sempre que possível por indicação telefónica dada pelo médico do CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes], ou estruturas equivalentes nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, em tempo útil e em benefício da vítima”, é referido.
Nesse sentido, o grupo trabalho recomenda que a formação no uso do dispositivo passe a ser obrigatória a todos os candidatos à obtenção de carta de condução e de licença marítima turística, alunos no ensino secundário, concretizando-se o currículo oficial em vigor para o treino de (SBV) e acrescido de treino em competências de DAE, e alunos do ensino superior das Ciências da Saúde e do Desporto.
Para além dos profissionais de saúde, a formação deverá ser também obrigatória a todos os nadadores-salvadores do Instituto de Socorros a Náufragos, agentes da GNR integrados no Grupo de Intervenção Proteção e Socorro (GIPS), novos elementos incorporados nas forças de segurança (PSP, Polícia Municipal, GNR e polícia marítima).
“Tripulantes de ambulâncias (incluindo de transporte não urgente e de empresas privadas, em ambulância ou viatura dedicada ao transporte de doentes) e novos vigilantes de empresas de segurança, oficiais da marinha mercante (…) e os tripulantes de cabine de aeronaves comerciais com base em Portugal” devem, segundo o grupo de trabalho, também fazer a formação.
O relatório recomenda também um reforço de dispositivos em locais onde passam em média mil pessoas por dia como centros comerciais, unidades hoteleiras, monumentos, áreas de diversão, embarcações turísticas e de transporte público, aeronaves da aviação comercial, comboios de longo curso, estabelecimentos de ensino, ginásios e complexos desportivos e unidades de saúde.
É também proposta a “implementação de um estudo-piloto que implique a realização de um registo a efetuar em duas ou três regiões do país, durante um tempo determinado e que deverá incluir todas as entidades responsáveis pelos cuidados de saúde das vítimas de PCR [paragem cardiorrespiratória] nas regiões escolhidas”.
No documento é referido ainda que o grupo de trabalho “detetou importantes lacunas” nos registos de casos e sugere a criação de novas bases de dados.
É ainda recomendado um Plano Nacional de Combate à Morte Súbita Cardíaca e o desenvolvimento de uma Campanha Nacional de Sensibilização.
// Lusa
concordo com aulas para quem quiser
dar aulas nos centros comerciais, escolas, bombeiros etc.
mas agora pergunto: o que adianta ter uma formaçao do aparelho se depois na estrada e num acidente ninguem tem esse aparelho nas viaturas. so os bombeiro é que o têm.
a demora da chegada do socorro pode fazer a diferença.mas nao me adianta ter formação se depois nao a posso usar porque ninguem tem o aparelho.
ja existe nos centros comercias e se nao me engano so os seguranças é que têm formação.
mas pelo que ja ouvi, qualquer pessoa que nao tenha formaçao pode usar porque as instruçoes sao faceis de seguir
Quantas mais pessoas souberem usar os desfibrilhadores, melhor (assim como a formação de primeiros-socorros)!
Parece-me óbvio que a ideia é usar-se o aparelho em situações de paragens cardio-respiratórias devido a doença súbita (ataques cardíacos, etc) e em zonas com muitas pessoas (shoppings, estádios, aeroportos, etc) – e não em acidentes de viação!!
Isso até seria perigoso…
Não são só as viaturas dos bombeiros que tem desfibrilhadores; tem todas as ambulâncias/viaturas de socorro (Bombeiros, CVP, INEM, Forças armadas, etc).