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Alexis Tsipras assume responsabilidade política pela tragédia dos incêndios

Simela Pantzartzi / EPA

Alexis Tsipras, primeiro-ministro da Grécia, fala aos jornalistas após incêndios que assolaram a Grécia

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, assumiu esta sexta-feira “a responsabilidade política pela tragédia” dos incêndios de segunda-feira no país, que fizeram pelo menos 88 mortos.

O chefe do Governo grego, que falava num discurso ao seu conselho de ministros transmitido em direto pelos média, disse ter convocado os ministros para “assumir integralmente perante o povo grego a responsabilidade política desta tragédia”.

“Não vamos tentar escapar das nossas responsabilidades”, disse, explicando que “as tragédias servem geralmente para revelar os problemas que normalmente não estão presentes no discurso público”.

Tsipras prometeu que o seu Governo vai desenvolver um plano para corrigir décadas, nas quais se fechou os olhos à construção em áreas que nunca deviam ter existido edifícios – com o caso da estação balnear de Mati, uma das áreas mais afetadas pelos fogos.

Relembrando que muitos imóveis “tinham sido construídas ilegalmente perto de rios ou no litoral” enfatizou o Governo está “dolorosamente consciente de que está a governar um país dominado por irregularidades”, aponta o Le Monde.

“Toda a zona deve ser redesenhada, é preciso abrir estradas, reabrir o acesso ao mar”, afirmou o ministro do Interior, Panos Skourletis.

Na sua primeira comunicação oficial, as autoridades gregas denunciaram a existência de “indícios sérios” de atos criminosos nos incêndios que assolaram o país.

Tsipras têm sido fortemente criticado pela oposição. A antiga presidente do Parlamento grego e ex-aliada do primeiro-ministro grego, Zoe Konstantopoulo, revelou que vai processar o governo regional de Ática e o governo grego pelas falhas na resposta aos incêndios desta semana.

Os incêndios de segunda-feira na Grécia fizeram pelo menos 88 mortos, segundo o mais recente balanço. Segundo as autoridades, continuam hospitalizadas 53 pessoas, entre as quais quatro crianças, e 11 dos feridos estão em estado crítico.

Das pessoas relatadas como desaparecidas, 40 já foram encontradas vivas. Até ao momento, não há um número oficial de desaparecidos, porque entre as pessoas procuradas estavam as mortas e as autoridades não querem especular até que todos os corpos sejam identificados.

De acordo com o Ministério das Infraestruturas, 51% dos 3.546 edifícios já inspecionados nas zonas atingidas estão inabitáveis.

Bombeiros portugueses já não vão para a Grécia

Neste momento, Atenas já não está em situação de emergência, e, por isso, os 50 elementos da Força Especial de Bombeiros oferecidos pelo governo português para ajudar no combate aos incêndios florestais já não se vão deslocar para a região.

Fonte da Comissão Europeia disse à TSF que, tal como o Ministro da Administração Interna já tinha avançado, a oferta portuguesa – e de outros países – continuava em cima da mesa mas ainda não tinha sido aceite pelo governo grego.

Na tarde desta sexta-feira, a mesma fonte esclareceu que a Comissão foi informada pelas autoridades de Atenas que a situação melhorou e já não é necessária a assistência internacional antes pedida.

“A situação de emergência está agora fechada”, concluiu.

ZAP //

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