O independentista tomou posse, esta quinta-feira, em Barcelona, como novo presidente do Governo regional da Catalunha numa cerimónia rápida e sem a presença do Governo central.
A cerimónia demorou apenas três minutos e decorreu, segundo comunicado do Executivo regional, “na estrita legalidade catalã”, tendo Quim Torra aceitado o cargo sem fazer qualquer menção à Constituição espanhola ou ao rei.
“Prometo cumprir lealmente as obrigações do cargo de presidente da Generalitat, com fidelidade ao povo da Catalunha, representado pelo Parlamento da Catalunha”, disse Torra numa cerimónia simples, apenas com a bandeira regional, e na presença do presidente do Parlamento catalão e de vários familiares.
A cerimónia não contou com a presença do Governo central, com Torra a considerar um ato que “degrada a própria dignidade da instituição”.
A partir do momento em que for nomeada a equipa do novo Governo regional, a Catalunha irá recuperar o estatuto de autonomia perdido em outubro de 2017 com a tentativa de independência liderada por Carles Puigdemont.
Mas o Governo espanhol, dirigido por Mariano Rajoy, já avisou que poderia a qualquer momento voltar a intervir na Catalunha se Quim Torra violasse a Constituição.
A nomeação de Torra põe fim a um impasse político de quase cinco meses depois das eleições regionais de 21 de dezembro em que os partidos independentistas voltaram a ter uma maioria no parlamento da Catalunha.
O novo presidente foi indicado pelo ex-presidente catalão, que fugiu para a Alemanha e aguarda uma decisão sobre o mandado europeu de detenção emitido pela justiça espanhola que aguarda pela sua extradição para o julgar.
No discurso que fez na segunda-feira quando foi confirmado pelo parlamento catalão, Torra voltou a sublinhar que Puigdemont é o presidente “legítimo” do Governo regional da Catalunha e prometeu ser “leal ao mandato” para “construir um Estado independente em forma de República”.
Este editor, de 55 anos, entrou na política em dezembro passado quando foi eleito deputado regional na lista “Juntos pela Catalunha” formada por Puigdemont e tendo por base deputados que pertencem ao Partido Democrático e Europeu da Catalunha (PDeCAT, direita) e personalidades independentes.
// Lusa