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Parto da filha mais nova de Rangel foi pago pelo alegado testa-de-ferro

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António Pedro Santos / Lusa

O juíz desembargador Rui Rangel

A factura do hospital privado onde nasceu a filha mais nova do magistrado Rui Rangel, fruto do relacionamento com Rita Figueira, foi paga pelo filho do advogado José Santos Martins, considerado pelo Ministério Público como o “testa-de-ferro” do juiz desembargador.

Emitida em Junho de 2012, a factura tinha o nome de Rita Figueira, que era então companheira de Rangel e mãe da bebé, mas o pagamento de 3130 euros ao Hospital dos Lusíadas, uma unidade privada, foi feito por Bernardo Santos Martins, filho do advogado José Santos Martins, avança o Correio da Manhã.

José Santos Martins é considerado o grande “testa-de-ferro” de Rangel, sendo responsável por vários depósitos em numerário feitos em contas do juiz. Além disso, há registos de que pagou diversas despesas de Rangel, incluindo facturas de telemóvel e prestações do seu carro.

Santos Martins movimentaria o dinheiro que, na realidade pertenceria ao magistrado, através das contas do filho e de contas no estrangeiro. Pai e filho são arguidos na investigação que envolve também Rangel.

O levantamento do sigilo bancário, nomeadamente às contas do juiz e das suas ex-mulheres, designadamente à também juíza desembargadora Fátima Galante, igualmente arguida no processo, permitiu detectar “um emaranhado de ligações e de promiscuidades”, refere o CM.

Às contas de José Santos Martins e do filho terão chegado “centenas de milhares de euros de José Veiga”, frisa a publicação. O ex-empresário de futebol é considerado um dos grande “corruptores” do juiz, com contrapartidas financeiras que serviriam para pagar alegados favores judiciais.

O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, também é arguido no caso, igualmente porque terá beneficiado de ajudas de Rangel em processos judiciais. O dirigente desportivo terá chegado a dizer, numa escuta telefónica interceptada durante a investigação, que ia “apertar” com Rangel para obter um favor no âmbito de um processo fiscal.

O jornal Sol adianta que o empresário Álvaro Sobrinho também estará a ser investigado no caso, sob suspeita de podr “ter subornado Rui Rangel através do seu advogado João Rodrigues”. Sobrinho não foi, ainda, constituído arguido.

O Ministério Público suspeita que Rangel recebeu, entre 2007 e 2017, cerca de 900 mil euros de pessoas que tinham processos judiciais em curso, em troca de favores nestes casos.

ZAP //

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