O mandato de Carlos Liberato Baptista, que durou três anos e meio, será “passado a pente fino” a pedido de beneficiários e do Governo.
Esta quarta-feira, representantes dos sindicatos, dos beneficiários e o Ministério da Saúde frisaram a necessidade de uma auditoria ao mandato do ex-presidente da ADSE, que durou três anos e meio.
Fonte oficial do Ministério da Saúde confirmou ao jornal Público que o próprio presidente demissionário da ADSE, Carlos Liberato Baptista, solicitou uma auditoria à Inspeção-geral das Atividades em Saúde, deixando claro que a própria tutela “reforçou junto da senhora inspetora o interesse do ministério em que a mesma fosse feita”.
Liberato Baptista renunciou ao cago na segunda-feira, dia 30 de abril, alegando razões pessoais. Esta decisão surgiu dias antes de a TVI ter revelado um relatório que suscita suspeitas de desvios de fundos e de favorecimento de empresas, enquanto dirigia a Associação de Cuidados de Saúde de Portugal Telecom (PT-ACS), entre 2007 e 2009.
O presidente demissionário não reagiu, tendo adiantado apenas que no momento em que apresentou a sua demissão, solicitou a realização de uma auditoria visando o período em que exerceu os cargos de diretor-geral e de presidente do conselho diretivo da ADSE.
Para o presidente do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE, João Proença, esta auditoria é “inevitável” para defender a imagem de um sistema que conta com mais de dois milhões de beneficiários.
Ao Público, Eugénio Rosa, um dos representantes dos beneficiários e possível candidato ao cargo de segundo vogal da ADSE, afirmou que “a auditoria visa dar tranquilidade aos beneficiários”. “Não temos nenhuma suspeita, mas o alegado envolvimento em diversas irregularidades na PT-ACS está a criar uma grande perturbação nos beneficiários.”
No dia 10 de Maio, o do conselho geral e de supervisão da ADSE irá reunir-se. Liberato Baptista vai manter-se em funções até que o Governo nomeie um substituto, mas enquanto isso não acontece, a ADSE está em “gestão corrente” e as negociações em curso com os hospitais privados ficam em suspenso, frisa João Proença.
Mais um “aldra” neste país da brincadeira.