O Governo britânico ameaçou este domingo retirar apoios públicos a todas as organizações não governamentais que não colaborem com as autoridades para evitar abusos sexuais por parte dos seus colaboradores.
A notícia surge depois de a semana passada a Oxfam, confederação de instituições humanitárias cuja sede se situa em Oxford, no Reino Unido, ter admitido que responsáveis da instituição usaram dinheiro da ONG para pagar a prostitutas no Haiti depois do sismo de 2010 – algumas das quais seriam alegadamente menores.
A preocupação alargou-se ao setor de ajuda humanitária no Reino Unido depois de o diário The Sunday Times ter noticiado que mais de 120 trabalhadores de organizações britânicas estiveram envolvidos em casos de abuso sexual no ano passado.
A ministra da Cooperação Internacional britânica, Penny Mordaunt, afirmou este domingo que as organizações envolvidas nestes casos devem “colaborar plenamente” com as autoridades e mostrar iniciativa moral no combate à cultura de abuso – e que o executivo irá cortar o financiamento àquelas que não o façam, salienta o The Guardian.
Numa entrevista à cadeia britânica BBC, a ministra lamentou que a Oxfam não tenha informado o Governo sobre as razões por que despediu quatro homens e aceitou a demissão de outros três em 2011.
O diário The Times revelou esta semana que esses trabalhadores, entre os quais diretores e colaboradores, pagaram para ter relações sexuais com prostitutas pouco depois do devastador sismo no Haiti, que deixou cerca de 1,5 milhões de pessoas sem casa.
A organização humanitária sublinhou esta semana que aquele incidente levou à criação de uma equipa dedicada a evitar casos similares e um canal de comunicação seguro para poder receber queixas relacionadas com abusos.
A governante acusou, no entanto, a Oxfam de falta de “liderança moral” e sublinhou que devem enviar todos os dados à sua disposição sobre o caso do Haiti.
“Se não entregarem toda a informação que recolheram na sua investigação às autoridades relevantes, incluída a Comissão de Organizações Não Governamentais e ao Ministério Público não poderei continuar a trabalhar com eles“, apontou a ministra.
Segundo o The Times, Roland van Hauwermeiren, ex-diretor da ONG no Haiti, teve encontros com prostitutas numa casa arrendada pela Oxfam para uso deste responsável e citou testemunhos que relatam festas sexuais organizadas por membros de ajuda humanitária.
Por sua vez, o The Observer divulgou acusações de que os trabalhadores da Oxfam contrataram prostitutas em 2006 no Chade, quando o responsável da ONG nesse país era van Hauwermeiren, que mais tarde passou a liderar a missão da francesa Ação contra a Fome no Bangladesh.
O executivo máximo da Oxfam desde maio de 2013, Mark Goldring, admitiu à cadeia BBC Radio 4 que a organização deveria ter especificado ao Governo quais as más condutas detetadas no Haiti estavam relacionadas com assuntos sexuais.
Mesmo assim, Goldring considerou que “não era do interesse de ninguém” descrever “os detalhes daquele comportamento de forma a atrair a atenção de forma extrema”. A organização conta com 5.000 empregados e uma rede de 23.000 voluntários.
A presidente do Conselho de Administração da Oxfam, Caroline Thomson, afirmou que irá trabalhar para “corrigir os problemas culturais subjacentes que permitiram esses comportamentos”.
“Como nova presidente da Oxfam partilho a raiva e vergonha pelo facto de comportamentos como este no Haiti tenham ocorrido na nossa organização”, disse, em comunicado, a antiga diretora da BBC, designada para o cargo na ONG em 2016.
De acordo com o The Sunday Times, a Oxfam registou 87 incidentes relacionados com abusos sexuais no ano passado, dos quais 53 foram levados às autoridades.
A ONG Save the Children registou 31 casos, dos quais 10 foram do conhecimento da polícia e das autoridades civis, enquanto que a organização Christian Aid registou dois incidentes, acrescentou. A Cruz Vermelha no Reino Unido admitiu que houve “um pequeno número de casos de assédio”, que o diário quantifica em cinco.
Um antigo trabalhador da Cruz Vermelha e das Nações Unidas, Andrew MacLeod, advertiu ao diário que existe falta de resposta contra a “pedofilia institucionalizada” entre os cooperantes em missões internacionais.
ZAP // Lusa
A ver se eu percebo bem… Um gajo por trabalhar numa ONG não pode ter a vida sexual que entende, dentro da legalidade? Se gostar de orgias e bacanais e se pagar a profissionais para integrar esses bacanais, tem de dar satisfações de como goza legalmente a sua sexualidade? Olha que é preciso ter lata. Devem estar é com inveja de não ser convidadas!..
E depois quando a Ministra pede detalhes para ver se houve de facto algo de ilegal naquilo que eles fizeram… Dizem que não dão pormenores. Não dão porque não lhes convém… Porque sabem que eles não fizeram nada de liegal!.. Mas agora um gajo por trabalhar numa ONG tem de ser monge?!..
Se calhar está-me a falhar alguma coisa, mas é normal… Tendo a notícia vindo do The Guardian, que é um jornal fanático religioso da religião feminista, é natural que nada faça muito sentido.
O senhor é claramente limitado. Leia novamente e vai perceber que nalguns casos essa dita vida sexual foi paga com dinheiro da própria organização.
Por favor não metam no mesmo saco a apropriação de dinheiro da empresa para gastar em prostitutas (que é crime, mas não muito diferente de apropriação desse mesmo dinheiro para gastar em jantaradas ou bens de luxo) do abuso sexual, muito mais grave, sob pena de este último acabar por ser desvalorizado.
Pois quer-me parecer que é mesmo isso que se pretende. Meter tudo e o mais possível no mesmo saco, para chegar ao ponto de ser necessário desvalorizar o assunto.
É verdade que abuso é frequente e há em todo o lado.
Mas pode ser assim tanto em tudo e todos? Não se salva ninguém????
(ontem a abusadora até era uma mulher – não que seja impossível…)
Espera só até descobrirem as redes de tráfico de menores para escravatura, exploração sexual e tráfico de órgãos. Todos nós gostamos de ouvir histórias bonitas de pessoas ricas que ajudam as pessoas pobres, mas a grande maioria de nós não é voluntário nessas campanhas de ajuda humanitária nem sequer faz donativos. De onde vem o dinheiro? Qual é a motivação de cada indivíduo? As farmacêuticas testam as novas vacinas nos pobres. Cada campanha de ajuda humanitária é uma oportunidade para ladrões e pedófilos darem largas à imaginação em países sem lei nem justiça.