O incêndio na Associação Recreativa, Cultural e Humanitária de Vila Nova da Rainha, concelho de Tondela, que deflagrou no sábado à noite, provocou oito mortos e 40 feridos, segundo o último balanço disponível.
Numa intervenção pública, junto a uma capela de Vila Nova da Rainha, onde se localiza a associação, Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu-se à assistência onde se incluíam alguns familiares e amigos das vítimas, lembrando que a primeira solidariedade na sequência do incêndio foi da população local, que acorreu na tentativa de socorrer quem tentava fugir das chamas.
“O primeiro sinal de solidariedade foi vosso e continua a ser vosso e aquilo que vos peço é que não desmobilizem. Há famílias com dor, há famílias – e ainda não passaram 24 horas – que não percebem o que aconteceu e estão sob choque, são amigos e amigas vossos”, disse o chefe de Estado.
“E esse é o vosso grande desafio, o desafio que têm de vencer, como têm estado a vencer o desafio de outubro“, argumentou o Presidente da República, lembrando os incêndios florestais que afetaram a localidade e o concelho do distrito de Viseu em 15 de outubro.
“É outro desgosto, é outro choque, é outro drama a juntar à tragédia de outubro. Mas eu acredito na vossa força, na vossa resistência, que é do melhor que nós temos em Portugal”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.
Na ocasião, o chefe de Estado voltou a enaltecer o trabalho de “todas as instituições” que participaram nas operações de socorro às vítimas “e que fizeram mais do que era preciso fazer para que haja quem continue a lutar pela vida“, voltando a expressar solidariedade às famílias das vítimas e lembrando que as próximas horas e dias “são ainda muito críticas” para os feridos internados em diversos hospitais.
“Uma coisa é certa, o país está aqui unido convosco. Está aqui o Governo, esteve ontem e está hoje aqui o Governo, esteve ontem e está hoje aqui a Assembleia da República e está hoje o Presidente da República. Com os vossos autarcas, mas sobretudo convosco”, enfatizou.
“É um sinal de que estamos todos juntos. Nesta hora de dor, a vossa dor é a nossa dor”, acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu ainda que, segundo o presidente da Câmara de Tondela, a associação “tinha os licenciamentos e o que era preciso para este tipo de atividade”.
Questionado sobre o facto de as pessoas que estavam dentro da associação terem tentado fugir por uma porta que abria para dentro, o Presidente da República explicou que “havia ao lado uma porta que abria precisamente para fora“.
“Como a que ficava em frente das escadas era a mais óbvia, a mais utilizada, e a outra normalmente estava fechada, aquela que podia ter dado saída para o piso que ficou praticamente incólume (o piso de baixo), não foi utilizada”, contou.
Pelo menos 38 feridos, 29 ainda em hospitais
No local foram triadas 46 vítimas dos incêndios, sendo que oito delas foram vítimas mortais. Segundo dados transmitidos à agência Lusa por fonte oficial do Ministério da Saúde, dos 38 feridos, nove já tiveram alta hospitalar.
Treze dos feridos do incêndio estão internados no hospital de Viseu, dois deles em cuidados intensivos, segundo o presidente da administração Centro Hospitalar Tondela, Cílio Correia.
Houve ainda 16 feridos que foram enviados para outras unidades hospitalares: cinco para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, para o Porto foram três feridos para o hospital São João, dois para o Santo António e um para a Prelada – este com “prognóstico reservado”, enquanto para Lisboa foram encaminhados dois para o Santa Maria, dois para o São Francisco Xavier e um menor para o Dona Estefânia.
No local estiveram 36 meios operacionais do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), entre eles seis viaturas médicas de emergência e reanimação, quatro unidades de psicologia, seis ambulâncias de emergência médica e também quatro helicópteros, dois deles da Força Aérea.
Segundo os dados do Ministério da Saúde, mais de 70 elementos do INEM estiveram envolvidos. O incêndio deflagrou durante um jantar numa associação recreativa de Vila Nova da Rainha.
ZAP // Lusa
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